Eles estão de volta: semifinalistas têm reforços importantes para ir à decisão

Capitães, ídolos, destaques. Os quatro times que estão na disputa pelo título da Copa do Brasil terão o retorno de jogadores importantes para a segunda partida da semifinal, nesta quarta-feira, às 21h50m (de Brasília). Cada um a seu estilo, Ronaldo, Carlos Alberto, Marcelinho Paraíba e Guiñazu reforçam Corinthians, Vasco, Coritiba e Internacional, respectivamente. Além de talento, terão nas costas o peso da esperança, e da cobrança, dos torcedores para tentar dar mais um importante passo rumo à conquista nacional que leva à Taça Libertadores 2010.

Entre outros fatores, a contribuição dos quatro às equipes abrange disciplina tática, técnica, dedicação, experiência e liderança. É inevitável que esses componentes se destaquem mais ou menos em cada um, mas a importância deles é reconhecida por técnicos e colegas de time. O GLOBOESPORTE.COM elaborou uma análise detalhada sobre a função dos quatro jogadores no esquema dos semifinalistas.

CORINTHIANS

Falar da importância de Ronaldo para o Timão é redundante, mas necessário. Em 16 jogos nesta temporada, fez dez gols. O Fenômeno ficou fora do primeiro jogo, no Maracanã, por conta de uma lesão na panturrilha direita sofrida em 12 de abril. Ainda assim, disputou outras três partidas, mas precisou de um período de tratamento para que o problema não se agravasse. Tempo mais do que suficiente para deixá-lo com muita vontade de jogar.

- Eu estou com muita saudade de fazer gols. Faz um tempão que não faço. Estou precisando. Eu quero fazer gol sempre, mas não é sempre que vou conseguir – afirmou.

O craque está sem marcar desde o dia 6 de maio, quando fez os dois gols da vitória sobre o Atlético-PR. O jogo de ida contra o Vasco terminou em igualdade: 1 a 1. No Pacaembu, os paulistas jogam por um empate sem gols ou uma vitória simples (1 a 0) para avançar. Os cariocas também terão um retorno importante: o meia Carlos Alberto. Na visão do técnico corintiano, Mano Menezes, os dois jogadores fazem falta, mas o desempenho coletivo deve prevalecer.

- O Ronaldo significa bastante, quase na mesma proporção ou mais do que o retorno do Carlos Alberto. Continuo acreditando que, embora a qualidade individual de ambos seja importante, tenho certeza que Corinthians ou Vasco vão fazer por merecer uma vaga na final no aspecto coletivo – afirmou.

Com Ronaldo em campo, o Corinthians tem mais referência no ataque e tem também um jogador que recua um pouco mais da área para armar o jogo, diferentemente do Souza, que só joga na área, no estilo trombador. Mano Menezes e os jogadores já admitiram que ficam mais seguros com o camisa 9 em campo.

VASCO

Vitória simples ou empate por dois ou mais gols. É a missão do Vasco para ir à final da Copa do Brasil. Assim como Mano Menezes, o técnico Dorival Júnior comemora a volta de um jogador importante. O meia Carlos Alberto, suspenso no jogo de ida, está confirmado entre os titulares. O capitão chegou a ser dúvida por conta de um problema muscular, mas está dentro.

E ele terá liberdade. Esta é a palavra que define a função do camisa 19 na equipe. O Vasco joga no 4-4-2, e o meio-campo é um losango. Carlos Alberto trabalha solto na frente. É escalado para “flutuar”, e o técnico gosta de vê-lo como um terceiro atacante. Para que isso ocorra sem prejuízos ao grupo, os outros atacantes ajudam muito na marcação. Ele também, mas nem tanto.

- O Vasco depende muito dele. Todos que acompanham os jogos e os treinos sabem da importância que tem para o time. Se você for pensar, o Carlos Alberto faz mais falta ao Vasco do que o Ronaldo ao Corinthians, porque eles já têm um time montado. O Carlos completa a nossa equipe, e o Ronaldo acrescenta a eles e completa de outra forma – analisou Dorival.

Destaque do Vasco nesta temporada, o jovem lateral-esquerdo Ramon segue a linha de raciocínio do técnico.

- O Carlos Alberto é um jogador que faz o nosso time andar. Claro que temos outros jogadores, mas ele é a referência – explicou.

CORITIBA

A missão mais ingrata dos times que estão na semifinal é do Coxa. Como perdeu o primeiro jogo no Beira-Rio, por 3 a 1, terá de fazer 2 a 0 no forte Internacional para passar à decisão. Além do apoio dos torcedores, a equipe deposita muita confiança em Marcelinho Paraíba. O capitão estava suspenso no duelo da semana passada. Ele terá a responsabilidade de conduzir o Coritiba na partida do Couto Pereira.

O técnico René Simões não deu pistas sobre o esquema que vai utilizar na semifinal. O mais provável é que seja o 3-5-2. Dependendo da escolha, a função de Marcelinho varia. Neste esquema, ele é o principal articulador das jogadas. No caso de duas linhas de quatro, teria Carlinhos Paraíba como parceiro na criação. Ele ainda pode jogar de atacante, com avanços pela esquerda e pela direita. Os chutes de fora da área e as cobranças de falta são atributos importantes do camisa 9. Ciente do peso que o retorno dele tem para o grupo, prefere dividir responsabilidades.

- Sei que a torcida confia muito em mim, mas não vou jogar sozinho, confio nos meus companheiros e a torcida pode ter certeza que vamos dar de tudo. Nós queremos muito disputar este título. A equipe está focada e com moral pelo jogo de Porto Alegre. Com o apoio da torcida vamos fazer de tudo, até o último minuto – anunciou.

INTERNACIONAL

Lucas Uebel/VIPCOMM

Guiñazu é a cara do time colorado

O forte do Inter nesta temporada é o ataque. O Colorado já fez 92 gols. Mas a defesa sólida é o que dá tranquilidade ao time para trabalhar lá na frente. E se tem alguém que não poupa forças no combate é o volante Guiñazu. No jogo de ida, o capitão ficou fora por suspensão, e o time venceu por 3 a 1. Na volta, joga pelo empate e pode até perder por um gol de diferença.

A quilometragem do Inter com ele em campo é, provavelmente, muito maior. O jogador é o símbolo máximo de raça do time colorado. Não é por acaso que ganhou o apelido de "El Loco" no vestiário vermelho. No primeiro jogo, ele foi substituído por Andrezinho, que teve boa atuação. O retorno do argentino implica em uma equipe mais combativa, firmada no losango de Tite - um volante marcador, dois apoiadores com funções defensiva e ofensiva e um meia de criação. É o desenho tático preferido do treinador e também a distribuição tática que melhor vem funcionando. Com Guiñazu em campo, Sandro, Magrão e os dois laterais ganham maior segurança para o apoio.

Guiñazu promete empenho extra em nome dos companheiros Nilmar e Kleber que, convocados para a seleção brasileira, desfalcam a equipe. Ainda assim, ele não lamenta as ausências e destaca a qualidade do elenco.

- O importante é que aqui temos um grupo. Dois saem, entram aí o Alecsandro e o Marcelo Cordeiro. Mas vamos fazer um bom jogo, estou contente pela minha volta e vamos nos doar para fazer um bom jogo pelo Nilmar e pelo Kleber – afirmou.

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