Apoio a Blatter na Fifa cresce mesmo após escândalos

As acusações de corrupção na Fifa não afetaram a campanha à reeleição do presidente Joseph Blatter. Pelo contrário, a extensão do escândalo ocorre juntamente com o crescimento do apoio ao dirigente para a votação, que será 1º de junho.

Ontem, a OFC (Confederação da Oceania de Futebol) referendou o nome do dirigente. É a terceira entidade continental que fica do lado do cartola --América do Sul e Europa também prometeram votar pela sua permanência.

A decisão da Oceania ocorre dois dias após políticos e jornalistas ingleses lançarem nova rodada de acusações contra membros do Comitê Executivo da Fifa.

Até agora, oito deles são alvos de denúncia por tentarem negociar seus votos na eleição para as sedes das Copas de 2018 e 2022.

"A OFC confirmou o seu apoio à reeleição de Blatter, citando várias medidas que ele tomou de impacto na região", disse nota da entidade, que tem 11 votos.

Na semana passada, a cúpula da Uefa (União Europeia de Federações de Futebol) recomendou a seus 53 filiados que votem em Blatter.

O cartola pretende apoiar Michel Platini, da Uefa, para sucedê-lo em 2015.

No início do mês, o presidente da Fifa ainda fez as pazes com Ricardo Teixeira, da CBF, e seus aliados na Conmebol. Com isso, deve ter assegurado mais dez votos.

Pelos acordos, já teria 74 dos 208 votos. Ainda há três confederações em aberto: asiática, africana e das Américas Central e do Norte, esta última próxima a Blatter.

O concorrente Mohamed Bin Hamman, do Qatar, tenta barrar o rival com críticas aos danos à imagem da Fifa causados pelo escândalo.

"Uma nova atmosfera precisa chegar à Fifa. É preciso ter uma oportunidade para novas ideias", atacou.

Ele ainda criticou Blatter por doar 20 milhões de euros à Interpol para o combate de armação de jogos. Disse que ele não ouviu a opinião do restante da cúpula da Fifa.

O problema é que o próprio Bin Hamman está mais envolvido nas denúncias do que o atual presidente.

A candidatura do Qatar, da qual foi articulador, é acusada por jornais ingleses de oferecer dinheiro a cartolas africanos para ganhar a eleição. Por isso, ele tem força política na África e na Ásia.

Assim, Blatter tenta minimizar o efeito do escândalo, mas, na verdade, acaba beneficiado por ele.

A tal ponto que o representante inglês na Uefa, Geoff Thompson, também assinou o documento de apoio ao atual mandatário. Ele era um dos membros da derrotada candidatura inglesa a 2018. Na época, viu Blatter discursar contra seu país.