Marcos inicia seu último Brasileirão no limite das dores e em busca de adeus honroso

O Campeonato Brasileiro de 2011 será especial. Não pelos prováveis retornos de Adriano e Luis Fabiano, a estrela de Neymar ou os clássicos na última rodada. O torneio será o último na vida de Marcos, que luta contra as dores para um adeus honroso no fim do ano.


O goleiro acaba de completar 15 anos de clube, mas passa por um recomeço após longo período de lesões. No último campeonato nacional da carreira, a palavra de ordem será ‘superação’ para suportar as dores e aguentar a rotina desgastante de quem já não é mais um menino.

“De alguns dias para cá, o futebol não está mais prazeroso. É uma coisa que dói. Chegou ao limite, até para o bem do meu corpo, para não ter sequela grave na frente. Meu corpo pede, o joelho dói, o corpo dói, não consigo mais dormir sem dores, é dor para treinar e jogar. Esse ano está difícil até de ir para o jogo pelas dificuldades”, disse ao site oficial do clube.

E é na luta contra o próprio corpo que ele tentará ficar em campo mais tempo do que tem conseguido. A primeira batalha será no domingo contra o Botafogo, em São José do Rio Preto, na primeira rodada do Brasileirão.

O camisa 12 acaba de se recuperar de uma lesão muscular na perna direita causada por um esforço excessivo, justamente por poupar o joelho esquerdo que o tirou de vários jogos desde o ano passado.

Em 2010, Marcos disputou apenas 13 das 38 rodadas do Brasileirão. O ano de 2011 também não reservou bons momentos até agora. Esteve em apenas seis das 29 partidas – incluindo um amistoso. E sua volta foi marcada por uma das maiores decepções da carreira: a derrota vexatória por 6 a 0 para o Coritiba.

O segundo semestre, que também terá a Copa Sul-Americana, promete dias melhores. É o que pensa o técnico Luiz Felipe Scolari. “Ele vai fazer seu último Brasileiro em boas condições. Isso é muito legal para a gente. É um grande capitão, comandante. Digamos que ele treinava a um ritmo de 50% e hoje está treinando a 80% sem dor alguma ou com alguma dor naquele joelho dele lá”, disse.

Sem vaidade, Marcos não se importa em revezar o gol com Deola e Bruno. Sabe que não precisa provar mais nada e que tem motivos de sobra para celebrar a carreira, como os títulos da Libertadores de 1999 e a Copa do Mundo de 2002 pela seleção brasileira.

Na última sexta-feira, ganhou mais um motivo para se orgulhar. Comemorou 15 anos de Palmeiras desde a sua estreia oficial. Na estreia o arqueiro já mostrou o que era capaz ao defender um pênalti na goleada por 4 a 0 sobre o Botafogo-SP pelo Paulistão.