Dinamite alfineta Eurico e diz que título coroa Vasco 'do bem'

8.6.11 | Marcadores:
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No dia seguinte ao rebaixamento do clube à Série B do Brasileiro, em dezembro de 2008, o presidente Roberto Dinamite convocou entrevista coletiva em que prometeu dar a volta por cima e declarou: "O Vasco de hoje é um Vasco que sente o momento, mas é sério e de homens de bem".


A frase do ex-atacante, 57, maior ídolo da torcida cruzmaltina entre as décadas de 1970 e 1980, tinha endereço certo: Eurico Miranda, seu antecessor.

E é ainda pautado nesse discurso, de um novo momento vascaíno, que Dinamite espera conquistar a Copa do Brasil hoje, a partir das 21h50, contra o Coritiba, no estádio Couto Pereira --após vencer por 1 a 0 em casa, o time pode até perder por um gol de diferença, desde que balance a rede adversária, que ficará com a taça.

"Acho que vai coroar esse trabalho diferenciado em relação ao que estava sendo feito. Ajudar a fortalecer muito essa nova fase, de que é possível dentro de um clube de futebol trabalhar corretamente e ser vencedor", diz agora à Folha, referindo-se a um passado recente cercado de polêmicas na história da equipe.

Reeleito para o sexto mandato seguido como deputado estadual no Rio, em 2010, pelo PMDB (39.730 votos), Dinamite assumiu há pouco menos de três anos, com a campanha do rebaixamento já em andamento, quando venceu eleição remarcada pela Justiça depois de o primeiro pleito ser anulado por irregularidades e abusos da gestão anterior.

Na oportunidade, até sócios já falecidos teriam ajudado a manter Eurico no poder.

O cartola saiu de São Januário deixando um rastro de títulos como a Taça Libertadores da América-1998, porém acompanhados de denúncias de enriquecer e se aproveitar do clube, dívidas, processos judiciais, brigas e inimigos políticos. Foi o homem-forte do Vasco por 19 anos. Desde 2001, ocupava a presidência --assumiu o cargo de vice de futebol em 1989.

"Tínhamos uma rombo de mais de R$ 300 milhões. Hoje, já pagamos mais de R$ 120 milhões. Aí entra também a questão trabalhista, que é um calo sobre todos nós. Em cima de todas as nossas arrecações de bilheteria, 20% são só para isso", afirma Dinamite. Prefere não falar em "herança maldita". Mas diz que, "embora deixada pelos outros, o que vale é a instituição".

Ele usa um dos contratos de publicidade no uniforme do time para comparar as situações --antes na casa de R$ 300 mil por ano, agora virou R$ 1 milhão anuais. O número de associados aptos a votar na próxima eleição, em agosto, subiu de 2 mil para ao menos 10 mil, "reflexo desse sentimento democrático", segundo o dirigente.

O retorno à elite nacional se baseou em parcerias com empresas como a estatal Eletrobrás e com o empresário Carlos Leite, agente de uma série de jogadores e até do técnico da seleção brasileira, Mano Menezes.

"Atualmente, ele tem uma participação muito pequena sobre aquilo que as pessoas falam. Acho que, num primeiro momento, ajudou bastante porque não tínhamos praticamente nada. Trouxe o Rodrigo [Caetano, diretor de futebol] e o Dorival Júnior [treinador do acesso], então sou muito grato. Mas cumprimos com as obrigações acordadas e hoje, mais do que nunca, o Vasco tem vida própria", garante.

Um dos principais aliados, agora, é a Penalty, fornecedora de material esportivo.

A incrível reabilitação após o pior início de Estadual da história vascaína, com quatro derrotas consecutivas, é atribuída às contratações efetuadas na sequência da demissão do técnico PC Gusmão, aliada à dispensa do meia Carlos Alberto, um dos maiores salários do elenco. Desembarcaram nomes como Diego Souza e Alecsandro.

"O time encorpou, cresceu, não só na competição, mas dentro do grupo também".

"O ambiente foi dia a dia melhorando, resolvendo uma coisa ali, outra aqui... Eram muitos probleminhas que surgiam de forma inesperada, e a gente conseguiu controlar essa coisa. Equilibramos as finanças, dando para investir numa equipe competitiva. Minha função é essa: proporcionar ao torcedor um momento como esse", declara Dinamite.

O Vasco não ganha nada, à exceção da segunda divisão de duas temporadas atrás, desde o 'Carioca' de 2003. A Copa do Brasil, a qual já foi vice (ante o arquirrival Flamengo, em 2006), seria inédita para a galeria de troféus do clube.

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