Lojas oficiais de times obrigam vendedores a torcer e fazem quiz com candidatos

17.6.11 | Marcadores:
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Unir amor ao trabalho é o sonho de todo mundo. Melhor ainda quando o sonho vira obrigação. No Brasil, a maioria das lojas oficiais dos clubes de futebol exigem que o funcionário seja também um torcedor e fazem até testes para conhecer o grau de fanatismo de seus vendedores.

No Corinthians, se você não souber quem marcou o gol que deu o primeiro título brasileiro ao clube ou quem foi o rival da final do Paulistão que representou o fim da fila, pode desistir de um tentar um emprego.


Na principal loja do clube, no Parque São Jorge, os candidatos a uma vaga passam por um quiz com perguntas sobre a história do time para testar o nível de ‘corintianismo’. Respostas erradas fazem perder pontos importantes e detectam até quem está mentindo.

O amor ao Atlético-MG também é fundamental para trabalhar na Loja do Galo. O ponto de vendas mais famoso que fica na sede do clube no bairro de Lourdes, zona sul da capital mineira, já até admitiu torcedores de outros times, mas mudou a postura após ter problemas com clientes.

Certa vez um vendedor, que torcia para o Fluminense, tirou sarro de um cliente após a equipe mineira ser derrotada pelo Santos em uma partida do Campeonato Brasileiro. A atitude revoltou o torcedor, que reclamou com o gerente. O ‘sarrista’ levou uma bronca e estabeleceu a era de funcionários obrigatoriamente atleticanos.

Outro local onde a rivalidade é bastante acirrada é no Rio Grande do Sul. Por isso, nada de colorados nas lojas Grêmio Mania em Porto Alegre. “Se desse para fazer um exame de sangue para comprovar se é azul, seria ideal. Não tem a menor condições de ter um torcedor do Inter, ele não ia se sentir bem. Nós trabalhamos com paixão, emoção”, disse o gerente da loja do estádio Olímpico que é administrada pelo próprio clube, João Basílio.

A união entre paixão e profissão parece perfeita, mas ainda assim requer alguns cuidados. O vendedor tem os mesmos sentimentos e, muitas vezes, o mesmo comportamento de torcedores comuns: se abala com eliminações e fica eufórico com os títulos. Por isso, as lojas se previnem para que o trabalho não seja prejudicado.

Após uma derrota sofrida, os funcionários fazem uma espécie de ‘terapia de grupo’ para superar o momento difícil e ter motivação para atender bem os clientes. As conversas acontecem antes do expediente, com direito a mensagens de motivação.

“A gente fala bastante. Um ajuda o outro. Tentamos entender que perdemos, mas faz parte do jogo e a vida segue, é bola para a frente. Somos um pouco artistas, temos que atender sempre com um sorriso”, diz o gerente da FlaBoutique da sede do Flamengo, no bairro da Gávea, Flavio Pereira.

Outra preocupação dos administradores é com o alto consumo dos próprios vendedores. As lojas de Corinthians e Flamengo estabeleceram até um teto de compras para que os mais fanáticos não gastem todo o salário com produtos do time do coração. No caso da equipe alvinegra, o máximo é de R$300 mensais.

“Todo mundo ama o Corinthians, mas o objetivo de estar aqui é o trabalho, é a prioridade. É importante que eles cheguem ao fim do mês e tenham o que receber. Foi com essa preocupação que estabelecemos esse teto”, disse o responsável pela loja oficial do Parque São Jorge, Nelson Neves.

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