O futebol uruguaio enfim saiu da penumbra. Após anos como coadjuvantes no cenário, a seleção e os clubes do país voltaram a se destacar. O brilho da Celeste Olímpica na Copa do Mundo-2010, quando terminou o torneio em quarto lugar, não foi apenas um momento isolado. O ótimo desempenho do Peñarol, que disputa o título da Libertadores com o Santos, comprova como o Uruguai caminha para retomar sua força.
O Peñarol ostenta a condição de um dos clubes mais tradicionais da América do Sul. A equipe conquistou cinco títulos da Libertadores (1960, 1961, 1966, 1982 e 1987) e foi três vezes campeã mundial interclubes. O time de Montevidéu também foi considerado a melhor equipe da América no século XX pela Federação Internacional de História e Estatística de Futebol (IFFHS).
No entanto, o brilho do passado desapareceu nos anos 90 e 2000. O declínio do futebol local se traduziu com as pífias participações do Peñarol na Libertadores nesta época. O clube, quando conseguia se classificar para o torneio, já não demonstrava a mesma força de outros períodos e amargava eliminações ainda na fase inicial da competição.
Curiosamente, dois dos principais responsáveis pelo bom momento do futebol uruguaio estavam unidos em 1987, quando o Peñarol conquistou seu último título da Libertadores. Diego Aguirre, atual treinador da equipe, foi o autor do gol do título no duelo decisivo contra o América de Cali. O técnico daquele time era Oscar Tabárez, hoje à frente da Celeste Olímpica.
Aliás, o trabalho de Tabárez tem muito a ver com a saída do futebol uruguaio do limbo ao qual parecia fadado. O treinador assumiu o comando da seleção local em março de 2006. A Celeste Olímpica, duas vezes campeã mundial, não havia se classificado para o Mundial da Alemanha e, de cara, o técnico tomou uma atitude decisiva para a volta dos bons resultados.
Um de seus primeiros atos como técnico do Uruguai foi promover a inauguração de um centro de treinamentos destinado às categorias de base. Era o primeiro passo para a reestruturação do futebol do país, que se voltou para a revelação de talentos. Os frutos já foram colhidos no ano seguinte, quando os uruguaios terminaram a Copa América em quarto lugar – foram eliminados pelo Brasil nas semifinais.
O melhor estava por vir. O Uruguai se classificou para a Copa-2010 e, na África do Sul, fez bonito. Quarenta anos depois, a equipe voltou a disputar uma semifinal do torneio. A Celeste Olímpica ficou em quarto lugar e teve o melhor jogador da competição – o atacante Diego Forlán, um dos artilheiros do Mundial com cinco gols.
Os resultados das seleções de base também impressionam. Em 2011, as equipes sub-17 e sub-20 foram vice-campeãs continentais, sendo superadas pelo Brasil. O sub-20, aliás, assegurou o retorno do Uruguai aos Jogos Olímpicos após nada menos do que 84 anos.
Quanto aos clubes, a última vez na qual uma equipe do país conquistou o título da Libertadores foi em 1988 com o Nacional. No ano seguinte, o Danúbio disputou as semifinais. Começava ali um longo jejum: o único clube que atingiria tal fase da competição seria o Nacional, em 2009.
Mesmo se o Peñarol perder o título desta edição da Libertadores para o Santos, a torcida uruguaia já terá motivos de sobra para comemorar. Afinal, o país passou longos anos afundado no ostracismo e aos poucos mostra ter condições de voltar a brilhar como em seus áureos tempos.
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