Clima de mistério perdura no TJD

Mesmo com a promessa de dar celeridade a questão judicial entre América e Assu, o presidente do Tribunal de Justiça Desportiva, Pio Marinehiro, adiou para hoje a decisão sobre o pedido de revogação da liminar concedida ao Alvirrubro paralisando os jogos do representa do Vale no Campeonato Estadual. O advogado de defesa assuense, João Maria Trajano, baseou seu pedido naquilo que taxou de irregularidade de prova apresentada pelo time natalense na queixa enviada ao Tribunal, uma vez que o laudo questionando as assinaturas do jogador Anailton foi fornecido por um perito particular.

“Foram desobedecidos preceitos legais, um exame grafotécnico não pode ser realizar de forma unilateral. A lei manda que esse tipo de prova deve ser solicitada pelo tribunal junto a uma instituição devidamente reconhecida e com questionamentos levantados pelos dois clubes. Logo considero que a decisão de suspender os jogos foi um ato precipitado já que não há razões legais para tanto”, salientou Trajano.

Por sua vez, o advogado americano Klebert Cavalcanti, que acompanhou com muita atenção o depoimento do jogador Anailton no Tribunal de Justiça Desportiva, não acreditava que a defesa do Assu conseguiria cassar a liminar que o presidente do TJD Pio Marinheiro concedeu em benefício do América. Na visão do defensor Alvirrubro seria muito precipitado da parte do TJD suspender a liminar antes do julgamento em primeira instância, uma vez que o caso é complexo e o trâmite para regularização do jogador está cheio de interrogações.

A mais nova foi a revelação que Anailton realizou no depoimento quando afirmou ter participado da divisão amadora em 2006 disputando jogos pela equipe do Independente. “Cadê o documento do Independente liberando o jogador para o Assu, onde está o pedido de reversão de categoria do jogador que não consta da documentação existente na FNF?”, questiona Klebert.

O supervisor Gilmar dos Santos foi enviado ao departamento de registro da FNF ontem para averiguar essas informações, pois há suspeitas de que Anailton possua dois registros. Os assuenses encaram este fato novo como desespero, uma vez que surgiram notícias extra-oficiais, dando conta que os peritos do ITEP consideraram as assinaturas do atleta realizadas na folha de exame assemelhadas as existentes nos documentos apresentados pela Federação Norte-rio-grandense de Futebol.
tribuna