Ronaldo duas vezes vítima

1.5.08 | Marcadores:
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No auge da carreira de Ronaldo, até por uma questão de afinidade com o craque brasileiro, a Nike do Brasil deixava correr solta a informação de que o contrato com ele era vitalício. Parceiros desde 1993, Nike e Ronaldo, porém, têm acordos renovados automaticamente e o atual tem validade até 2010 - assim, a prorrogação ou não do "casamento" só será definida em momento mais oportuno.

Sobre o escândalo em que o jogador se envolveu com travestis na última segunda, no Rio, a empresa emitiu ontem comunicado bem lacônico. "A Nike não comenta sobre este assunto. Nós continuamos a desejar ao Ronaldo uma excelente recuperação de sua lesão no joelho para vê-lo novamente nos campos de futebol o mais rápido possível", diz a nota oficial.

Ronaldo já foi garoto-propaganda, num mesmo período, de sete grandes empresas. Hoje, Nike e Ambev são suas únicas patrocinadoras. O contrato com a Ambev termina no final deste ano e já surgem rumores de que não deverá ser renovado.

Essa tendência é reforçada a partir da constatação de que já faz pelo menos um ano e meio que a empresa não veicula nenhuma peça publicitária com o jogador. Com a Ambev, as cifras do acordo giram em torno de US$ 1 milhão por ano - valor idêntico ao pago pela Nike, mas com uma cláusula que reduz a quantia para US$ 800 mil se Ronaldo não estiver a serviço da seleção brasileira (ele atuou pela última vez com a camisa do Brasil no Mundial de 2006, na Alemanha).

Abatido com a repercussão e conseqüências da confusão com os travestis, Ronaldo vai viajar para Paris até o fim da semana, onde será examinado pelos médicos responsáveis pela cirurgia a que foi submetido, em 14 de fevereiro, para reconstituição do tendão patelar do joelho esquerdo.

Ele esteve nos últimos dois dias em Angra dos Reis (RJ) com a mãe, Sônia, com quem chorou muito e lamentou a decisão da namorada Beatriz Antony, que, aturdida com o escândalo, resolveu deixá-lo.

Sem preucupação

Enquanto isso, a assessoria de Ronaldo divulgou um comunicado ontem em que diz acreditar que o escândalo com os travestis é uma questão de "âmbito pessoal, o que não coloca em risco absolutamente nenhum contrato publicitário do atacante com seus patrocinadores, nem dá o direito aos mesmos de rescisão contratual".

"O que ocorreu não é de âmbito legal. Esse tipo de recurso (rescisão) não cabe a nenhum contratante do Ronaldo. Não está legitimado em qualquer contrato do jogador, até porque, para uma rescisão contratual, Ronaldo deveria ser condenado publicamente. Mas ele não cometeu nenhum crime, não infringiu nenhuma lei. Pelo contrário. Ele é a única vítima do caso", explicou o agente do jogador, Fabiano Farah.

De acordo com a assessoria, Ronaldo continua à disposição das autoridades para ajudar nas investigações do caso. Mas o comunicado reitera que o jogador ainda não foi convocado para prestar novo depoimento.

Outros casos

Ronaldo não é a primeira celebridade esportiva, com grandes contratos publicitários, a se envolver em escândalos sexuais. Em dezembro de 2003, o jogador de basquete norte-americano Kobe Bryant, uma das maiores estrelas do esporte, foi processado por suposto estupro de uma mulher de 19 anos. Kobe Bryant, casado e pai de uma filha, admitiu ter feito sexo com a jovem, mas alegou que o ato foi consentido.

O episódio havia ocorrido cinco meses antes, quando seu time, o Los Angeles Lakers, estava em Denver, no Colorado (EUA). Posteriormente, o caso foi arquivado a pedido da própria "vítima".

Mas as conseqüências para a imagem e o bolso de Kobe Bryant perduraram. Ele tinha contratos com a rede Mc Donald's e o chocolate Nutella. Ambos expiraram pouco depois do episódio e não foram renovados.

Mas a principal empresa a comprar a imagem de Kobe Bryant foi a Nike, com um contrato de US$ 45 milhões, pouco antes do escândalo se tornar público. A Nike não rompeu o acordo, mas ficou quase dois anos sem utilizar a imagem do atleta em anúncios em qualquer mídia, mesmo lhe pagando uma fortuna.

Com o mais jovem campeão dos pesos pesados de todos os tempos, Mike Tyson, o escândalo teve desdobramentos mais graves. Preso em julho de 1991 pelo estupro de Desiree Washington em um hotel em Indianápolis, o pugilista foi considerado culpado em 10 de fevereiro de 1992.

Tyson acabou condenado a seis anos de prisão, cumpriu três e foi libertado em março de 1995. No fim daquele ano, fez duas lutas de retorno, contra Peter McNeely e Buster Mathis Jr., vencendo ambas. Sua primeira luta depois da prisão movimentou US$ 96 milhões ao redor do mundo, sendo US$ 63 milhões apenas nos EUA.

tribunaimprensa

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