Sob pressão, seleção encara o Chile

O momento é delicado. E o retrospecto fora de casa nada animador. Para piorar, com a vitória do Uruguai sobre a Colômbia, o Brasil caiu para o sexto lugar nas eliminatórias. E está, pelo menos provisoriamente, fora da zona de classificação para a Copa do Mundo de 2010. A seleção enfrenta o Chile neste domingo, às 22h (horário de Brasília), no estádio Nacional, em Santiago, precisando de um bom resultado para não mergulhar, definitivamente, em crise.

O Chile poderia ser visto como o adversário perfeito para a seleção sair da má fase. Na história das eliminatórias, os dois países já se enfrentaram oito vezes. São cinco vitórias brasileiras, dois empates e só uma chilena, que aconteceu em 2000, por 3 a 0, em Santiago. Esta foi também a última derrota da seleção para o rival sul-americano. Desde então ocorreram mais sete jogos e um massacre brasileiro: seis vitórias e um empate, com 22 gols marcados e só dois sofridos.

Mas enquanto o Brasil vive um momento difícil, os chilenos estão eufóricos com duas vitórias seguidas fora de casa nas eliminatórias. A seleção brasileira deixou de ser temida. Tanto que a premiação prometida pela federação chilena é maior para uma vitória sobre a Colômbia (US$ 12 mil), adversária da próxima quarta-feira, do que sobre o Brasil (US$ 10.500).

- A gente respeita a opinião deles. Eles têm todo o direito de estarem otimistas. Mas futebol é dentro de campo. Não tem essa de ficar falando antes. Tem tudo para ser um grande jogo - disse o goleiro Julio César.

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  A gente respeita a opinião deles. Eles têm todo o direito de estarem otimistas. Mas futebol é dentro de campo. Não tem essa de ficar falando antes."

A pressão em cima de Dunga começou com a derrota por 2 a 0 para a Venezuela em um amistoso nos Estados Unidos. Depois, o Brasil perdeu para o Paraguai e empatou sem gols em casa com a Argentina. No jogo no Mineirão, em Belo Horizonte, os torcedores se manifestaram contra a permanência do treinador.

Aliado a algumas declarações infelizes do treinador, que chegou a se desentender publicamente com Kaká, eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa, e o fracasso na disputa pelo ouro olímpico com uma derrota humilhante por 3 a 0 para a Argentina, o clima ficou ruim. A seleção principal está há 311 minutos sem fazer um gol. O último foi marcado em maio, no amistoso contra o Canadá.

Nos últimos dias, as críticas vieram de todos os lados. Do site da Fifa, que publicou uma nota dizendo ser "inaceitável" a atual situação da equipe de Dunga, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu mais "sangue" aos jogadores e citou a Argentina como exemplo. As palavras geraram uma enorme desconforto na CBF após o goleiro Julio César respondê-lo. Constrangido, o goleiro teve que pedir desculpas publicamente no sábado.

- O momento é importante para a seleção. Espero ajudar com o meu melhor. O Brasil tem que voltar para o topo da classificação. A gente tem consciência de que não vamos encontrar facilidades. Cada um tem a sua responsabilidade. A gente vai procurar se ajudar para conseguir as vitórias. Me sinto confiante. Depois de tantos anos na seleção me sinto maduro para suportar tudo isso e ajudar a seleção brasileira - disse Ronaldinho Gaúcho.

Com a experiência de 72 partidas pela seleção, o zagueiro Lúcio admite que a equipe não vem jogando bem.

- O Brasil sempre joga com pressão. Quando não consegue ganhar os jogos e alcançar os objetivos. E quando está bem tem sempre que ganhar, manter o favoritismo. Temos consciência de que não estamos bem na classificação e vamos nos empenhar ao máximo. A nossa motivação neste momento precisa ser maior. As outras equipes em alguns momentos têm sido superior. Precisamos reconhecer isso e melhorar.

globo