TEIXEIRA NÃO QUER SCOLARI...

Ele tem nome, sobrenome e poder. O maior obstáculo para Luiz Felipe Scolari voltar à Seleção Brasileira foi batizado Ricardo Terra Teixeira. O presidente da CBF e o treinador tiveram um relacionamento desgastante na Copa de 2002. O ressentimento ficou das duas partes. O problema começou quando Ricardo Teixeira sucumbiu à pressão popular na época para a convocação de Romário para o Mundial do Japão. O treinador esperava, e mandava recados, que o dirigente se manifestasse de maneira categórica contra a convocação. E ele não fez nada.

Às vésperas da convocação, Romário deu uma entrevista coletiva em São Januário ao lado do então presidente Eurico Miranda. Pediu desculpas para Felipão e chorou. O treinador ficou em péssima situação diante da população. E o presidente não falou nada. Ele sabia que Scolari estava decepcionado com Romário por causa de problemas, que o treinador considerou graves, antes de uma partida pelas Eliminatórias contra o Uruguai.

Felipão chegou a ser perseguido e quase agredido por populares no Rio de Janeiro. Nas cercanias da CBF. Eles estavam irritados com a não convocação do seu ídolo. A impressão que ficou foi de total descaso com o técnico. Não havia seguranças para ele. Pelo contrário. Sua presença foi amplamente anunciada e antecipadamente. Quem queria cobrá-lo ou dar um tapa na sua cabeça era só ficar na porta da CBF. A sede ficava no centro do Rio, na rua da Alfândega número 70 e não na verdadeira fortaleza, que lembra um inexpugnável bunker, montado perto do Autódromo de Jacarepaguá. E, sozinho, Felipão enfrentou a multidão, tomou petelecos, ouviu desaforos, mas não convocou Romário.

Depois da Copa conquistada, Teixeira percebeu a idolatria em relação a Felipão. Tinha certeza que ele renovaria contrato. Pediu, prometeu aumento. Mas, Felipe preferiu sair. Manter a imagem mais do que positiva para uma eventual volta depois de trabalhar no futebol europeu. E com outro presidente na CBF, lógico. Sentindo a frieza de Scolari, Teixeira ficou profundamente irritado om o descaso. E por coincidência, ou não, o treinador foi a última pessoa a receber a premiação pela conquista do pentacampeonato. Demorou meses.

Não há química, liga que una os dois atualmente. Quando podem se evitam. A sombra que muitos dizem cobrir Dunga em Londres é o mero fog londrino. Scolari não quer a Seleção agora. E a CBF o quer menos ainda.

do blog de cosme rímoli