
No gol, o melhor do mundo na atualidade, Júlio César. Para a zaga, o são-paulino André Dias e o intocável Juan, além de André Santos na esquerda. No meio-campo, Felipe Melo na contenção e Diego Souza na armação. Mais à frente, Adriano e Diego Tardelli. E o que há de comum entre todos os oito jogadores que fazem parte do elenco de Dunga para enfrentar o Chile nesta quarta-feira? Todos têm passagens pelo Flamengo.
Na opinião de Adílio, ídolo flamenguista de 1975 a 1990, a despeito do dinheiro que o Flamengo fez ao negociar essa tropa, o fato atesta a qualidade do clube. "Isso é maravilhoso e toda seleção sempre tem jogadores do Flamengo. Quando é diferente a gente fica preocupado. Há flamenguistas espalhados pelo mundo todo", diz. Ele não acredita, porém, que os atletas tenham sido subaproveitados.
"O Flamengo dá aquele boom na carreira dos jogadores", afirma Adílio ainda em tom de defesa. "Ter trocado o Adriano e o Reinaldo pelo Vampeta não foi mau negócio. O Vampeta é um jogador mundialmente famoso e que pode falar da honra de ter vestido a camisa flamenguista", diz, ainda fazendo uso de um discurso "nacionalista".
Passagens quase sempre pouco frutíferas
Apesar das afirmações em tom comemorativo de Adílio e do carimbo de selecionáveis desses jogadores, a verdade é que nenhum dos oito rendeu grandes fortunas ao Flamengo. Enquanto André Santos, André Dias e Diego Souza foram praticamente liberados pelo clube (o primeiro em em 2006, o segundo em 2003 e o terceiro em 2006), Diego Tardelli teve 50% de seus direitos econômicos repassados ao Atlético-MG em troca de uma dívida antiga que os flamenguistas tinham com os mineiros, além de R$ 300 mil.
Adriano, contratado de volta pelo Flamengo em maio, deixou o clube em 2001 depois de uma negociação polêmica. Foi envolvido em uma transação com o contemporâneo Reinaldo, hoje no Botafogo. Em troca, o clube recebeu Vampeta, que não permaneceu nem por uma temporada na Gávea.
Já Felipe Melo, tido como jogador problemático, passou sem sucesso por Cruzeiro e Grêmio. Se encontrou no futebol espanhol, onde chegou sem alarde. No Fla, atuou entre 2001 e 2003, até ser cedido para vestir a camisa cruzeirense, foi campeão brasileiro no time comandado pela meia Alex, mas teve poucas aparições. Jogador gremista na temporada seguinte, foi rebaixado no Brasileiro.
Os únicos que realmente renderam algum dinheiro ao Flamengo foram Juan e Júlio César, respectivamente vendidos para Bayer Leverkusen e Inter de Milão. Por eles, o clube embolsou módicos 6 milhões de euros (cerca de R$ 15,9 milhões). Apenas com Breno, que vendeu ao Bayern de Munique em 2008, o São Paulo levou o triplo. Renato Augusto, grande venda do Fla na década, custou cerca de 10 milhões de euros (R$ 26,6 milhões) ao mesmo Leverkusen.
A situação que envolve o Flamengo e a Seleção no momento não é exatamente nova, inclusive. No elenco do Brasil que venceu a Copa do Mundo em 1994, Jorginho, Aldair, Leonardo e Zinho tinham sido formados na Gávea e foram parte de uma geração vitoriosa do Flamengo, em que também atuaram o terceiro goleiro Gilmar e o baiano Bebeto.
Os números de cada um no Flamengo:*
Adriano - 63 jogos e 22 gols (2000, 2001 e 2009)
André Dias - 21 jogos (2002 e 2003)
André Santos - 44 jogos e 1 gol (2005 e 2006)
Diego Souza - 39 jogos e 7 gols (2005 e 2006)
Diego Tardelli - 35 jogos e 6 gols (2008)
Felipe Melo - 71 jogos e 11 gols (2001 a 2003)
Juan - 245 jogos e 29 gols (1996 a 2002)
Júlio César - 285 jogos (1997 a 2004)
* Números do site Flaestatística
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