Joaquim Cruz treina veteranos de guerra dos EUA

15.12.09 | Marcadores:
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Joaquim Carvalho Cruz nunca recusou desafios - prova disso foi a decisão de se mudar para os Estados Unidos, há quase 30 anos, que o ajudou a conquistar o ouro olímpico nos 800 metros em Los Angeles/1984. Já como técnico, o brasiliense envolveu-se com o esporte paraolímpico americano, com o qual também foi campeão. E, desde o início do ano, trabalha para captar talentos em meio à dor daqueles que vieram feridos de batalhas no Afeganistão e no Iraque.

Joaquim vive em San Diego, na Califórnia, com a mulher e os filhos. Convive com os vários níveis de dedicação ao atletismo - desde a iniciação até o alto rendimento. Em 2005, ganhou nova função no Centro Olímpico de Chula Vista, localizado próximo da cidade em que vive e onde já trabalhava.

- Naquele momento, começaram os programas para o esporte paraolímpico e me colocaram como treinador chefe do atletismo.

O objetivo era formar uma equipe para a Olimpíada de Pequim, no ano passado. E o campeão olímpico brasileiro formou quatro campeões paraolímpicos norte-americanos no atletismo.

- Fui para a China como técnico da equipe olímpica e paraolímpica. Passei cinco semanas lá.

Antes disso, também participou do Parapan do Rio de Janeiro, em 2007. Diante do sucesso obtido nos Jogos de Pequim, o brasileiro foi realocado: descobrir potenciais atletas paraolímpicos entre ex-combatentes. Trabalho árduo, admitiu.

- Os militares ofereciam alguns campings (treinos conjuntos), mas apenas três vezes ao ano. De lá, queriam tirar atletas. Eu achava - e foi a opinião que dei - que era um salto grande demais. É como pegar uma pessoa sã, mas sedentária, e falar em disputar Olimpíada. Alguns atletas chegavam aos treinos de muletas, não havia condição.

Por isso, Joaquim passou a desempenhar o que chama de "ponte". "As pessoas precisavam ter atividade física todos os dias. E eu montei uma ponte: comecei a ir ao hospital (o Centro Médico da Marinha), ficar junto do trabalho de reabilitação, da fisioterapia, já atento a possíveis atletas".

Em quase um ano de trabalho, os resultados não deram muitos frutos, disse Joaquim, conformado.

- Até agora, de 20 pessoas, tirei um só atleta. Mesmo assim, acho que não vai vingar. Para chegar ao nível de Paraolimpíada, o atleta deveria estar envolvido com o esporte antes de sofrer o acidente. E esse não é o caso de 90% dos norte-americanos.

De qualquer maneira, Joaquim já tem um objetivo pela frente: formar uma equipe de competição já para 2010.

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