Após traumas com torcidas, Vanderlei Luxemburgo tenta conquistar atleticanos

O técnico Vanderlei Luxemburgo teve sérios problemas com as torcidas de Palmeiras e Santos, últimos dois clubes que dirigiu. Agora, no Atlético-MG, Luxemburgo faz de tudo para contar com o apoio dos torcedores, que deram ao clube a segunda maior média de público do último do Campeonato Brasileiro. Com 38.761 pessoas por jogo, o time mineiro só ficou atrás do Flamengo, que teve média de 40.036 pagantes por partida.

A primeira prova da intenção do treinador em agradar à massa atleticana foi dada em seu blog pessoal, na última sexta-feira (1), no texto escrito por ele, intitulado “Feliz 2010”.

- Para aqueles que não se simpatizam comigo, e até me perseguem doentiamente, desejo que consigam ter paz em suas vidas e um senso maior de justiça, pois sabemos que o ódio envenena apenas quem o sente. Feliz 2010 a todos e em especial ao torcedor do Galo, pois acredito e muito nessa parceria Time x Torcedor e tenho certeza que juntos lutaremos e teremos imensas alegrias.

O apelo vem depois de relacionamentos problemáticos com as torcidas de Palmeiras e Santos, últimos dois clubes que o técnico dirigiu.

No alviverde paulista, inclusive, o treinador chegou a agredir e ser agredido por membros de uma torcida organizada palmeirense, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, momentos antes do embarque do time para o Rio de Janeiro, em novembro de 2008. Mesmo protegido por seguranças, Luxemburgo trocou socos e pontapés com os palmeirenses, e saiu da confusão com o braço quebrado.

Na época, um dos torcedores envolvidos na confusão afirmou que apenas cobrou melhores resultados, mas que “Vanderlei não quis falar com a gente, disse que não nos devia satisfação e partiu para a agressão". O técnico respondeu que “se (eu) tiver que sair na porrada de novo, saio”.

Mandado embora do Palmeiras em junho de 2009, o treinador chegou ao Santos 20 dias depois. Lá, fez contratações que não deram nenhum retorno, como o volante Émerson, o atacante Jean e o goleiro Sérgio. Assumiu o time na 13ª rodada, quando era o 11º, e encerrou o Brasileirão uma posição abaixo, em 12º. Apesar dos apelos feitos, quando pediu mais apoio das arquibancadas, o fraco desempenho do time nos primeiros jogos sob seu comando não empolgou os torcedores, que deram ao clube a terceira pior média de público da competição: apenas 9.242 pessoas por partida.

A falta de prestígio ficou evidente nas eleições para a presidência do Santos, quando o técnico declarou abertamente seu apoio a Marcelo Teixeira, que afirmara que, se fosse eleito, manteria Luxemburgo no comando da equipe em 2010.

- Cada vez mais me convenço que estou certo em acreditar que para o bem do Santos a sequência do trabalho do Marcelo Teixeira torna-se imprescindível.

Resultado: os santistas elegeram Luís Alvaro de Oliveira, candidato que garantiu que, se ganhasse, não renovaria o contrato do então comandante.