Se o Brasil terminar em primeiro no Grupo G, países, que se enfrentaram nas semis de 1974 e 1998, podem se esbarrar nas quartas, como há 16 anos
O lance até hoje é repetido nos programas de TV e deixa saudade. O ano era de 1994. O dia, 9 de julho. Aos 36 minutos do segundo tempo no Cotton Bowl, em Dallas, o lateral-esquerdo Branco batia a falta que cavou em jogada individual. Um verdadeiro petardo. A esquiva de Romário foi fundamental para a bola ir direto no fundo das redes, e o goleiro De Goey nada poder fazer. O gol sacramentava a vitória da seleção brasileira por 3 a 2 numa partida sensacional contra a Holanda e deixava o tetra ainda mais perto. O encontro, pelas quartas de final da Copa do Mundo dos Estados Unidos, para muitos foi a verdadeira decisão e fundamental para a conquista. Pois bem. Dezesseis anos depois, o duelo pode se repetir no Mundial da África do Sul. Se o Brasil, nesta sexta-feira, confirmar contra Portugal o primeiro lugar do Grupo G e depois passar pelas oitavas, poderá ter novamente no caminho, nas quartas, a Laranja Mecânica sedenta de uma história bem-sucedida. E que sonha também vingar a derrota para o rival nas semifinais em 1998, na França, quando perdeu nos pênaltis após empate no tempo normal por 0 a 0 e na prorrogação por 1 a 1.
Pelo menos nas oitavas, o caminho tem tudo para ser mais fácil. Com o primeiro lugar do Grupo E assegurado nesta quinta-feira, após os 2 a 1 sobre Camarões no belo Green Point, na Cidade do Cabo, a Holanda enfrentará na próxima segunda-feira, em Durban, a perigosa Eslováquia. Na primeira Copa como país independente, a debutante eliminou também nesta quinta, com vitória emocionante por 3 a 2 no Ellis Park, em Joanesburgo, simplesmente a Itália, atual campeã mundial. Nos tempos em que formava a Tchecoslováquia, chegou até a duas finais de Copa, em 1934 e 1962. O que não a credencia como favorita no duelo. O adversário, ao lado da Argentina, tem 100% de aproveitamento na primeira fase na África do Sul.
Tudo bem que a Laranja de 2010 ainda não virou suco, mas o refresco conseguiu até agora campanha inédita. Que nem a geração de Cruyff, muito menos a de Van Basten, Gullit e Rijkaard, obteve. Ponto para Kuyt, Van Persie e, agora, Robben, que, recuperado de contusão, estreou na Copa com estilo e promete ser, ao lado do craque e camisa 10, Sneijder, a sensação do time, com a dura missão de livrar o país do estigma de amarelar em momentos decisivos.
Desde 1974, quando Cruyff, Neeskens, Rensenbrink, Krol & Cia., sob o comando de Rinus Michels, encantaram o mundo com o futebol total que deu à Holanda o reconhecimento de uma nova força emergente, a história se repete. Laranja Mecânica, Carrossel Holandês, foram vários os nomes dados àquele timaço vice-campeão, que eliminou o Brasil nas semifinais por 2 a 0 mas perdeu uma final sensacional para a anfitriã, a Alemanha de Franz Beckenbauer, Breitner, Gerd Muller, Sepp Maier. Os batismos com sinônimo de qualidade acabaram herdados por outras seleções holandesas que vieram depois - como a de 1978, também vice para outra dona da casa, a Argentina. Daí em diante, outros craques surgiram, mas nunca mais o país chegou a uma decisão. Bateu sempre na trave, especialmente em 1994 e 1998, quando Bergkamp & Cia. foram eliminados pelo sempre poderoso Brasil nas quartas e semis, respectivamente. Se houver novamente o encontro com o algoz recente e conseguir superá-lo, a Laranja terá a chance de provar que, finalmente, amadureceu.
Paraguai x Japão: chance para um sonhar alto
Outro duelo pelas oitavas que ficou sacramentado nesta quinta-feira é o surpreendente entre Paraguai, primeiro colocado do Grupo F ( o de Eslováquia e Itália), com o Japão, segundo do E (o da Holanda). Os sul-americanos asseguraram a posição com o empate por 0 a 0 em Polokwane com a esforçada, mas eliminada - porém, invicta - Nova Zelândia. A partida foi morna. Diferente da que os asiáticos bateram os favoritos dinamarqueses por 3 a 1. Com jogo bonito e de habilidade de dar orgulho a Zico, grande incentivador do futebol no país
Qualquer um que sair vitorioso da partida na próxima terça-feira, em Pretória, já terá cumprido uma missão digna. Mas pode até sonhar alto e querer chegar a uma semifinal. Isso porque, apesar de estar no cruzamento da morte - mais à frente, com Alemanha ou Inglaterra ou Argentina -, terá nas quartas um adversário que pode nem ser um bicho-papão tão grande. Seria o vencedor do confronto entre o primeiro do Grupo H (cujo líder é o Chile) e o segundo do Grupo G, do Brasil (até agora, Portugal). A rodada desta sexta, com os jogos Brasil x Portugal e Costa do Marfim x Coreia do Norte, pelo Grupo G, às 11h, e Chile x Espanha e Suíça x Honduras, pelo H, define os países restantes no caminho das oitavas. A briga promete
globo
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