Saiba quem é o ponta "à moda antiga" que pode surpreender o Brasil

Ele é rápido, habilidoso, insinuante e tem um apreço especial pelos lados do campo. Como um ponta "à moda antiga", Eljero Elia costuma romper as defesas adversárias e pretende fazê-lo também na sexta-feira, às 11h (de Brasília), quando enfrenta o Brasil pelas quartas de final da Copa do Mundo, em Port Elizabeth.

Nesta quinta, Elia virou personagem de uma reportagem especial publicada no site da Fifa, que considera o jogador uma "viagem aos dias dourados do futebol holandês", vice-campeão dos Mundiais de 1974 e 1978. O atacante, nascido em 1987 na pequena cidade de Voorburg, é negro e tem ascendência no Suriname, assim como astros como Clarence Seedorf, Ruud Gullit e Frank Rijkaard.

O atleta, pelo próprio nome, já nasceu para ser um "artista". Seu exótico primeiro nome, Eljero, foi inspirado no cantor americano de jazz Al Jarreau - as diferenças na grafia se explicam porque a irmã de Elia, grande fã do músico, pronunciava o nome dele de uma forma parecida à palavra "Eljero".

Em campo, o atacante "tortura a defesa oponente com seu ritmo e sua artimanha", como definiu a Fifa. "Na Alemanha não há muitos wingers (jogadores que atuam nos flancos, como pontas) habilidosos", ressaltou ele, que com o físico franzino de 1,76 m e 70 kg se destaca tal qual uma "flecha" no Hamburgo, clube para o qual se transferiu em 2009, deixando o Twente.

"O que eu quero é me colocar em boas posições e ser perigoso. Sinto que estou fazendo um trabalho muito bom quando entro em campo e quero continuar faminto", completou Elia.

Essa descrição por enquanto realmente se encaixa com o atual Mundial. Reserva do técnico Bert van Marwijk, o atacante é uma espécie de "12º jogador" da Holanda: entrou em todas as quatro partidas da Copa, sendo decisivo no segundo gol da vitória por 2 a 0 sobre a Dinamarca, em 14 de junho.

Apesar do aproveitamento de 100% dos pontos disputados na competição, a seleção laranja "ainda não mostrou o tipo de futebol" que pode apresentar, segundo o próprio Elia. Nesta sexta, há mais uma oportunidade para isso acontecer contra o Brasil, país que traz várias lembranças ao jovem.

"Na Copa de 1994 eu tinha 6 anos e assisti ao jogo com minha família enquanto estávamos em férias no Suriname. Todos eles torciam pelo Brasil!", exclamou, lembrando-se da vitória dos canarinhos por 3 a 2 nas quartas de final, para depois concluir: "não estamos preocupados com o Brasil ou com qualquer outro oponente porque viemos à África do Sul para nos tornarmos campeões".