Amigos não entendiam quando o menino Edson gritava o nome de um certo Bilé. Irritado com a alcunha, garoto chegou a dar soco em colega na escola
Pelé com a camisa do São Paulo da Vila Curuçá
(Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Não há ninguém no mundo que não saiba quem é Pelé. Atleta do Século, maior jogador de futebol de todos os tempos, Edson Arantes do Nascimento poderia muito bem esquecer o nome de batismo depois de tanto sucesso. O que poucas pessoas sabem é que o apelido mais famoso do planeta surgiu por acaso.(Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Quando chegou a Bauru, com apenas quatro anos, o garoto nascido em Três Corações-MG era chamado de Edson pelos amigos e de Dico pela família. Fã de futebol pela influência do pai, o jogador Dondinho, o menino não demorou muito tempo para fazer parte de times de garotos formados nas ruas da cidade paulista.
O talento de Edson para atuar também como goleiro ficaria famoso mais tarde. Desde pequeno, nas brincadeiras com os amigos, ele se prontificava a ser o camisa 1. A cada defesa que fazia, gritava: “Bilé!!!!!!!!” ou "Segura Bilé!", em referência ao titular absoluto do Vasco de São Lourenço-MG, time que seu pai defendia antes de ser contratado pelo Bauru Atlético Clube.
- Nós não entendíamos nada quando ele defendia uma bola e falava isso. Ninguém sabia quem era esse goleiro. Então, com essa de Bilé para cá e para lá, começamos a chamá-lo de Pelé. Ele não gostou, e foi aí que o apelido pegou mesmo (risos) – conta Raul Marçal da Silva, melhor amigo na infância do Rei do Futebol.
Muitas pessoas iam aos jogos só para ver quem era o tal Pelé"
Luciano Dias Pires, hitoriador
- Meu nome verdadeiro é Edson. Eu não inventei Pelé. Eu não queria esse nome. Pelé soa infantil em português. Edson é mais como Thomas Edison, o homem que inventou a lâmpada – disse Pelé em entrevista ao jornal alemão “Bild”, em 2006.
A alcunha, entretanto, ajudou o menino a ficar famoso por Bauru e arredores. O apelido, muito diferente dos apresentados pelos outros garotos, o diferenciava. Além disso, com desempenhos espantosos em jogos pelos campos de várzea, ele rapidamente se transformou em uma estrela entre os fãs de futebol da região.
Pelé, ainda menino, jogava com os mais velhos no BAC (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
- Muitas pessoas iam aos jogos só para ver quem era o tal Pelé. Na época, BAC e Noroeste tinham uma rivalidade muito grande, mas os noroestinos esqueciam dela só para ver o que ele fazia com a bola. Eu mesmo cansei de fazer isso – recorda o historiador Luciano Dias Pires.Contente ou não com o apelido, Pelé é um dos nomes mais conhecidos do planeta em todos os tempos. A marca também é sinônimo de sucesso, com a arrecadação de milhões de reais com campanhas publicitárias e participações em eventos.
- Ninguém poderia imaginar que o Dico virasse tudo isso – completou Raul.
Torcedor do Noroeste, o historiador Luciano Dias Pires frequentava os jogos do rival BAC só para ver o menino Pelé em ação, ainda nas categorias de base (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
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