Folha - Após duas derrotas, o que você busca no próximo amistoso da seleção brasileira, contra a Escócia?
Mano Menezes - O importante é voltar a vencer. Sempre deixei claro que o resultado faz parte da formação de um trabalho de uma seleção nova. Só se avança trabalhando, afirmando suas ideias.
Rafael Andrade/Folhapress | |
Mano busca 'mais protagonistas' para time |
Não falo em relação à pressão externa. O técnico vive de uma teoria que só se confirma dentro do campo. Para que os atletas acreditem nessa teoria, os resultados precisam se confirmar. Vejo muito mais nesse aspecto. Os resultados negativos foram acidentais, em jogos parelhos, faz parte da formação da equipe. Você oscila, comete pequenos erros. Precisamos começar a corrigir.
Está preparado para a forte cobrança na Copa do Mundo?
A cobrança sempre foi forte. À medida que você sente confiança nesse trabalho, você vai estar mais preparado para as outras questões. A evolução do trabalho vai se dando de maneira a aumentar a confiança. Não pode acontecer no sentido contrário. Ninguém vai querer chegar à Copa de 2014 de forma insegura, sem transmitir confiança ao torcedor. Vejo isso com a maior tranquilidade possível. Você tem que ter essa sensibilidade. Entender cada passo que vai dar.
O Ricardo Teixeira disse que a seleção teria um psicólogo depois de perder a Copa...
Penso em utilizá-lo quando definirmos o grupo. Vai ser bom para os confirmados para a Copa América. O jogador não pode achar que o trabalho do psicólogo vai tirá-lo da competição. À medida que você tem medo, você se retrai e fica mais complicado.
O deputado Anthony Garotinho quer abrir uma CPI para investigar gastos na organização da Copa do Mundo. O que você acha disso?
Penso que todos os holofotes vão estar voltados para o futebol e, depois, para a Olimpíada, em 2016. E tem muita gente que precisa de holofotes e não vive sem eles [risos]. É preciso tomar um cuidado muito grande para separar bem as coisas nesse momento. Não podemos ir pela necessidade de chamar a atenção. A responsabilidade que se tem agora é conduzir esse processo e que, passada a Copa e a Olimpíada, fiquem benefícios para o cidadão. Muito provavelmente isso vai acontecer.
O Renato Augusto é empresariado pelo Carlos Leite, que é seu agente. Como você convive com essa relação?
Todos os técnicos têm agentes e tenho que ser justo com o Renato Augusto. Na posição dele, estamos procurando jogadores que rendam bem. Eu preciso encarar as pessoas sempre pela seriedade e competência. Não posso pensar se o jogador tem esse ou aquele agente. Vou continuar me conduzindo assim. Sempre pensamos no Kaká e no Ronaldinho, que são jogadores brilhantes, mas não tenho certeza de como eles vão estar lá na frente. Por isso, tenho que aproveitar este momento para testar opções.
O Kaká e o Ronaldinho disputariam a Copa América hoje?
O Kaká não está jogando no Real Madrid. Tive uma conversa com ele recentemente. O Kaká tem muito claro que só volta à seleção se estiver rendendo bem no clube. Não é o caso agora. Conversei com Ronaldinho no jogo contra a Argentina, no fim do ano. Vamos esperar mais um pouco. Se as coisas evoluírem, sempre existe possibilidade. Ele sabe disso.
O que você está buscando para a seleção agora?
Precisamos encontrar mais protagonistas na seleção. Vamos ter a volta do Ganso. Temos Neymar e Lucas, que chamaram atenção na [seleção] sub-20. Temos bom número de jogadores com perspectiva muito boa de se tornar protagonistas.
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