Surpreendentemente contratado logo no início do Campeonato Paulista e apresentado oficialmente pelo São Paulo no dia 28 de janeiro, o veterano Rivaldo vive um momento de incógnita no clube do Morumbi. Lesionado, o meia viu Paulo César Carpegiani encontrar a formação ideal para o time sem sua participação. E com a chegada do atacante Luis Fabiano, também fica em segundo plano em relação às ações de marketing.
Quando chegou ao São Paulo, todos sabiam que Rivaldo poderia não ter condição de disputar grandes sequências de partidas consecutivas, dada sua idade - em abril o camisa 10 completa 39 anos. Contudo, poucos poderiam imaginar que rapidamente sua ausência mal seria sentida.
Até agora, na única partida em que esteve à disposição de Carpegiani depois da volta dos jogadores que disputaram o Sul-Americano Sub 20 com a seleção brasileira, Rivaldo ficou no banco de reservas. Isso aconteceu no clássico contra o Palmeiras, há quase 20 dias, quando o setor ofensivo foi formado pelo meia Lucas e pelos atacantes Fernandinho e Dagoberto. A partida terminou empatada por 1 a 1.
Nas três partidas disputadas depois do clássico, o veterano sequer foi relacionado por conta de uma lesão na coxa direita. Com o mesmo trio que foi titular no clássico, o São Paulo obteve vitórias por 2 a 0 contra o São Caetano e contra o Ituano e por 3 a 0 contra o Santo André. Atualmente, a expectativa é de que Rivaldo volta a ficar à disposição da comissão técnica dentro de uma semana, para o jogo contra o Paulista. Mas mesmo com condições físicas ideais, ele dificilmente aparecerá entre os titulares.
Além do aproveitamento no time, outro aspecto da presença de Rivaldo no elenco do São Paulo sofreu um “abalo” nos últimos dias. Quando chegou ao clube, a diretoria esperava se aproveitar da imagem vitoriosa do pentacampeão junto a patrocinadores e explorá-la também com a torcida. Porém, com a contratação milionária do atacante Luis Fabiano, esse tipo de ação no clube deve passar a priorizar o novo camisa 9.
Caso se confirme o reposicionamento de Rivaldo para o status de “figurante” dentro do São Paulo, o meia poderá repetir situações semelhantes pela quais passaram outros veteranos ao serem contratados pelo clube. Na década de 80, por exemplo, o volante Paulo Roberto Falcão chegou como grande reforço ao Morumbi, mas na equipe que ficou conhecida como Menudos do Morumbi, chegou a ser substituído por Márcio Araújo pelo técnico Cilinho.
Mais recentemente, quem passou por um momento parecido foi o atacante Evair. Assim como Falcão e Rivaldo, o camisa 9 alcançou seu melhor momento em outra grande equipe do futebol brasileiro, e chegou ao São Paulo no final de sua carreira. Em 2000, ele chegou a marcar alguns gols, mas nos momentos decisivos do Paulistão e da Copa do Brasil daquele ano, o setor ofensivo da equipe foi escalado com Raí, Marcelinho Paraíba, Edu e França.
Em sua estreia com a camisa do São Paulo, diante do Linense, Rivaldo decidiu a partida e provou ser um jogador acima da média. Mas em um time preparado por Carpegiani para jogar na base da velocidade, o veterano deve rapidamente se tornar apenas uma opção no banco para o momento em que precisar tentar algo diferente para mudar uma partida. Enquanto isso, fora de campo, a timidez característica do meia deve relegá-lo ao segundo plano em termos de ações publicitárias e aproveitamento da imagem.
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