Com pretensões eleitorais na Fifa para 2015 e membro de sua cúpula, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, retirou-se do congresso em Zurique (SUI) quando os rumos da entidade máxima do futebol eram decididos.
Não estava na contagem dos votos, no anúncio da reeleição do presidente Joseph Blatter nem na aprovação das reformas para controlar a crise na organização, envolta em escândalo de corrupção.
A sua justificativa foi ter de pegar um voo para o Brasil, pois faria uma conexão até Goiânia para se encontrar com a seleção brasileira.
Foi o auge de uma semana em que Teixeira fugiu de jornalistas e evitou mostrar sua cara em meio à crise.
No início do congresso, o cartola se manteve na cadeira atrás de Blatter entre os 22 membros do Comitê-Executivo --há dois suspensos.
Como não fazia parte de nenhum comitê que faria pronunciamento no evento, manteve-se calado.
Enquanto isso, colegas experientes do comitê, como o argentino Julio Grondona e o espanhol Ángel María Villar, fizeram discursos em defesa da Fifa em relação aos ataques externos recebidos.
Alguns membros de associações nacionais que ficam na plateia abaixo da cúpula também pediram a palavra para apoiar Blatter.
Teixeira só levantou para almoçar. Depois disso, voltou a seu lugar e ficou por lá.
Os membros do comitê enviaram representantes para votar na eleição presidencial. No caso brasileiro, o responsável era o presidente da federação pernambucana, Carlos Alberto de Oliveira.
Questionado se confirmara voto em Blatter, Oliveira disse: "Claro!". Afinal, o cartola da CBF já anunciara apoio ao atual presidente.
Mas não estava lá para festejá-lo. Pouco depois da votação, Teixeira se retirou do congresso. "Não estava perto. Saiu sem se despedir", afirmou Rafael Salgueiro, do Comitê-Executivo. "Não sei o que foi", disse Grondona.
Tornou-se assim o único membro do Comitê-Executivo não suspenso que não estava presente na contagem dos votos, no anúncio da vitória de Blatter e na posse.
A saída foi explicada pelo voo. Mas o congresso já estava previsto para acabar no final da tarde. Não há, de fato, prazo certo de duração.
Amparado por duas pessoas, o ex-presidente João Havelange só saiu ao final.
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