Os treinadores odeiam a expressão "nó tático" para explicar a superioridade de uma equipe sobre a outra. Mas o que Luiz Felipe Scolari, do Palmeiras, fez com Vanderlei Luxemburgo, do Grêmio, na noite desta quarta-feira foi exatamente isso: usou uma estratégia perfeita, mudou seu time, defendeu-se com valentia, mas sem correr riscos, e no fim, matou o jogo e deixou a classificação para a final da Copa do Brasil muito bem encaminhada. A vitória de 2 a 0 deixou o Palmeiras perto da decisão.
O time paulista agora pode perder por um gol de diferença, em casa, que avança. Se for derrotado por 2 a 0, a vaga vai ser decidida nos pênaltis. O Grêmio precisa vencer por três gols ou por dois desde que marque ao menos três vezes (3 a 1, 4 a 2, etc..).
O jogo de volta entre as equipes está marcado para o dia 21, na Arena Barueri, em São Paulo. Quem passar vai enfrentar na final o vencedor de São Paulo e Coritiba, que começam a decidir a vaga na decisão nesta quinta-feira, no Morumbi.
Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio FBPA | ||
João Vitor (à dir.) disputa bola com Pará no estádio Olímpico |
Scolari, que não podia contar com Valdivia, suspenso, e que também está definindo seu futuro depois de ser vítima de um sequestro-relâmpago, resolveu mudar o Palmeiras. Trocou Cicinho por Artur na lateral direita para reforçar a defesa nas bolas aéreas. Mas a mudança mais significativa estava no meio de campo. Ele sacou Márcio Araújo e colocou o zagueiro Henrique na função de volante.
No Grêmio a novidade de Vanderlei Luxemburgo era no ataque. Kleber e Miralles formavam a dupla ofensiva.
Com essa estratégia, Scolari queria travar o meio de campo do Grêmio e forçar o time a jogar só com bolas altas, imaginando que teria um trabalho facilitado por ter reforçado a sua zaga. Para coibir a criatividade gremista, Henrique seguia o meia Marco Antônio de perto, sem deixá-lo criar. Essa tarefa ficava com os volantes Fernando, Souza e Léo Gago. Muito pouco para quem precisava marcar gols em casa.
O problema do Palmeiras era quando o time tinha a bola nos pés. Com um Daniel Carvalho sumido em campo, a equipe paulista não conseguia contra-atacar e dependia das faltas de Marcos Assunção. Tampouco deu resultado.
Na parte final do primeiro tempo o Grêmio aumentou a sua pressão. Fernando, de falta, acertou a trave de Bruno. Mas foi só.
No segundo tempo, Luxemburgo, vendo que não restava alternativa, trocou sua dupla de ataque. Saíram Kleber e Miralles e entraram Marcelo Moreno e André Lima, muito melhores nas jogadas aéreas. O Palmeiras ensaiou adiantar a sua marcação para dificultar a saída de bola gremista, mas não manteve por muito tempo. Os donos da casa, a partir da metade da etapa final, passaram a alçar bolas de todos os lugares buscando seus dois centroavantes.
O Palmeiras teve que trocar Artur por contusão. Entrou Cicinho. Mais um motivo para o Grêmio encher a defesa do Palmeiras de cruzamentos. Artur, zagueiro de origem, tem 1,83m de altura; Cicinho, 1,73m. Dez centímetros a menos. Mas eles não fizeram falta. E o lateral foi decisivo.
Com o tempo passando, Scolari resolveu sacar Daniel Carvalho e colocar Mazinho para contragolpear.
E em seu primeiro toque na bola, gol. Contra-ataque fulminante do Palmeiras. Cicinho saiu em velocidade e enfiou a bola entre os zagueiros para Mazinho girar e bater. Palmeiras 1 a 0 aos 42min.
O que estava bom, ficou ótimo aos 45min. Cruzamento de Juninho, Barcos subiu sozinho e o centroavante cabeceou como manda o figurino: para baixo, sem chances para Victor.
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