Federação Inglesa de Futebol precisa ter coragem e lidar contra o racismo

28.11.12 | Marcadores:
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Nos últimos 12 meses, o futebol britânico teve de deixar sua zona de conforto quanto ao racismo e antissemitismo e se viu forçado a reconhecer que esses males não foram erradicados do esporte no Reino Unido, e muito menos na Europa continental.

O catálogo de incidentes raciais exemplificado pelos casos de Luis Suárez e John Terry, pelos abusos sofridos por uma equipe juvenil negra em Leicester, algumas semanas atrás, e pelos horrorosos acontecimentos em Roma há algumas noites sublinham a seriedade da situação.
Maurizio Degl' Innocenti - 24.ago.12/Efe
Giancarlo Abete, presidente da Federação Italiana de Futebol, dá entrevista coletiva em Florença, na Itália
Giancarlo Abete, presidente da Federação Italiana de Futebol, dá entrevista coletiva em Florença, na Itália
A recusa dos jogadores negros de usar a camiseta "Respect" não causou surpresa à FA, federação inglesa de futebol, ou ao sindicato dos jogadores, conhecido como PFA; ambas as organizações sabiam há meses das queixas dos jogadores negros, e as ignoraram repetidamente.

O incidente em Clattenberg uma vez mais ilustrou a reação da indústria do futebol, que se limitou a dizer que questões como essa devem ser resolvidas pelas autoridades do esporte. O fracasso da FA e dos clubes em monitorar incidentes raciais de acordo com a definição do relatório Macpherson sobre racismo institucional, adotada 14 anos atrás como referência legal no Reino Unido e estipulando que um incidente deve ser definido como racial quando a vítima ou qualquer outra pessoa acredita que o seja, é lastimável. E resulta em que tanto torcedores quanto jogadores deixem de denunciar como racismo os incidentes que presenciam.

A SBL (Sociedade dos Advogados Negros Britânicos), foi acusada de "ingenuidade", de "buscar publicidade", de não ser "útil" e de estar "procurando trabalho", em seus esforços para tentar contestar o racismo no futebol. Organizações ou indivíduos que falam sobre direitos humanos raras vezes são recebidos de forma positiva por aqueles cuja inação ou conluio com o racismo estão sendo contestados.

A FA, a PFA, a Premier League (que organiza o campeonato inglês de primeira divisão) e a Football League (responsável por outras competições do futebol inglês e galês) precisam compreender que os crimes de ódio são uma experiência humilhante e dolorosa, quer a vítima seja um jogador de futebol profissional ou um adolescente em campo para uma partida juvenil na manhã de domingo.

O racismo e o antissemitismo no futebol são problemas para todos, e aqueles que acreditam que não deveriam ser tratados coma questão judicial estão tristemente enganados. Uma das consequências dessa complacência é que os campos de futebol, com algumas notáveis exceções, continuam a ser território que só recebe bem os brancos. A SBL está ciente de que diversos clubes de Londres têm um histórico de abusos 

antissemitas, denunciados pelo humorista judeu David Baddiel. A ideia de que os torcedores do Tottenham, menos de 5% dos quais são judeus, aceitem como brincadeira o uso de um termo associado ao genocídio, massacre e humilhação é um insulto à inteligência de todos.
A conexão entre os revoltantes incidentes em Roma e os cânticos antissemitas dos torcedores é evidente. Não existe ironia nisso - apenas insensibilidade e ignorância da pior espécie. O pavoroso ataque aos torcedores do Tottenham em Roma e o cântico de "Juden Tottenham" dos torcedores do Lazio foram condenados por Giancarlo Abete, presidente da federação italiana de futebol, como "um ataque inadmissível que macula a imagem de nosso futebol".

Palavras como essas serão apenas retórica a não ser que a resposta da União Europeia de Futebol (Uefa) e outras organizações a esse abuso sistemático envolva interromper as partidas, identificar os perpetradores e, caso as agressões continuem, cancelar o jogo concedendo a vitória ao outro time. Será preciso um efeito dissuasório sério para forçar os clubes e os torcedores a impedir que a agenda seja ditada por um pequeno grupo de racistas.

Um comentário sobre “Federação Inglesa de Futebol precisa ter coragem e lidar contra o racismo”

Lamentável, sob todos os aspectos: seja no esporte ou no social, é inadmissível. Tanto quanto a xenofobia e o orgulho que nos impede de ter um treinador estrangeiro.

Felipão = Dunga + Mano. Entenda no blog: http://www.futebronca.com.br/2012/11/b734-oportunidade-perdida.html

Saudações!!!

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