Para fugir do efeito Copa do Mundo, Ricardo Teixeira antecipou a próxima eleição da CBF e ajudou o grupo de José Maria Marin, atual presidente da entidade.
Eraldo Peres - 31.nov.11/Associated Press |
Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF |
Duas semanas antes de renunciar ao cargo, em março, Teixeira mudou a data da assembleia eleitoral, que definirá o próximo mandatário da entidade a partir de 2015.
Após fechar com os dirigentes das federações que Marin seria o seu substituto, Teixeira deixou acertado que a eleição será em abril de 2014, a dois meses da Copa.
Pelo texto aprovado na reunião, o pleito poderá ser realizado um ano antes do final do atual mandato, que termina em abril de 2015.
Antes, o presidente da CBF só poderia ser escolhido a seis meses do final da gestão --neste caso, a eleição seria a partir de setembro de 2014.
A antecipação, que era mantida em sigilo pela confederação, foi confirmada por presidentes de federações.
A mudança no estatuto foi articulada por Teixeira, Marin e Marco Polo del Nero, vice-presidente para o Sudeste, durante o processo de troca de comando.
Segundo a Folha apurou, eles anteciparam a eleição para evitar que eventual derrota da seleção na Copa ou problemas na organização do evento atrapalhassem o projeto de poder do grupo.
Marin e Del Nero foram os principais aliados de Teixeira durante a renúncia.
Apesar de o cartola ter deixado o cargo em meio a denúncias de corrupção no Brasil e no exterior, ainda recebe salário mensal de Marin.
Morando em Miami desde março, Teixeira recebe R$ 120 mil por mês, mais do que quando comandava a confederação. Como presidente, ganhava R$ 98 mil mensais.
Após negar por três meses que mantinha relação com o seu antecessor, Marin admitiu que pagava salário ao cartola após a Folha revelar o caso em junho último.
Depois da publicação da reportagem, ele disse que, em março, fechou com Teixeira um contrato "de prestação de serviço, consultoria e captação de patrocínio com prazo indeterminado".
Marin e Del Nero também respeitaram os contratos assinados pelo antigo mandatário nos meses finais da sua gestão, que durou 23 anos.
Sergio Lima - 10.abr.12/Folhapress | ||
Marco Polo del Nero, vice da CBF, ao lado de José Maria Marin (esq.), presidente da CBF |
No fim de 2011, o então presidente vendeu para a Klefer (do empresário Kleber Leite, seu amigo) os direitos de transmissão das eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 e da Copa do Brasil masculina e feminina de 2015.
Ele renovou também o acordo com a árabe ISE (International Sports Events).
A empresa detém os direitos de organização dos amistosos da seleção até 2022. Os árabes pagam pelo cachê da seleção menos que a confederação recebia em 2006 de uma empresa suíça.
A CBF não comentou a mudança que antecipa o pleito.
Nenhum comentário sobre “Teixeira mudou data de pleito para evitar desgaste pós-Copa”
Faça seu comentário
BLOG DE ESPORTES COM ATUALIZAÇÕES DIÁRIAS, ABERTO A QUALQUER TIPO DE COMENTÁRIO SOBRE O ESPORTE NACIONAL E INTERNACIONAL, COMENTE SEM POUPAR PALAVRAS. AGRADECE O BLOG DO TORCEDOR.