Teixeira mudou data de pleito para evitar desgaste pós-Copa

17.11.12 | Marcadores:
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Para fugir do efeito Copa do Mundo, Ricardo Teixeira antecipou a próxima eleição da CBF e ajudou o grupo de José Maria Marin, atual presidente da entidade.

Eraldo Peres - 31.nov.11/Associated Press
Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF
Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF
Duas semanas antes de renunciar ao cargo, em março, Teixeira mudou a data da assembleia eleitoral, que definirá o próximo mandatário da entidade a partir de 2015.

Após fechar com os dirigentes das federações que Marin seria o seu substituto, Teixeira deixou acertado que a eleição será em abril de 2014, a dois meses da Copa.

Pelo texto aprovado na reunião, o pleito poderá ser realizado um ano antes do final do atual mandato, que termina em abril de 2015.
Antes, o presidente da CBF só poderia ser escolhido a seis meses do final da gestão --neste caso, a eleição seria a partir de setembro de 2014.

A antecipação, que era mantida em sigilo pela confederação, foi confirmada por presidentes de federações.

A mudança no estatuto foi articulada por Teixeira, Marin e Marco Polo del Nero, vice-presidente para o Sudeste, durante o processo de troca de comando.

Segundo a Folha apurou, eles anteciparam a eleição para evitar que eventual derrota da seleção na Copa ou problemas na organização do evento atrapalhassem o projeto de poder do grupo.

Marin e Del Nero foram os principais aliados de Teixeira durante a renúncia.
Apesar de o cartola ter deixado o cargo em meio a denúncias de corrupção no Brasil e no exterior, ainda recebe salário mensal de Marin.

Morando em Miami desde março, Teixeira recebe R$ 120 mil por mês, mais do que quando comandava a confederação. Como presidente, ganhava R$ 98 mil mensais.

Após negar por três meses que mantinha relação com o seu antecessor, Marin admitiu que pagava salário ao cartola após a Folha revelar o caso em junho último.

Depois da publicação da reportagem, ele disse que, em março, fechou com Teixeira um contrato "de prestação de serviço, consultoria e captação de patrocínio com prazo indeterminado".

Marin e Del Nero também respeitaram os contratos assinados pelo antigo mandatário nos meses finais da sua gestão, que durou 23 anos.
Sergio Lima - 10.abr.12/Folhapress
Marco Polo del Nero, vice da CBF, ao lado de José Maria Marin (esq.), presidente da CBF
Marco Polo del Nero, vice da CBF, ao lado de José Maria Marin (esq.), presidente da CBF
No fim de 2011, o então presidente vendeu para a Klefer (do empresário Kleber Leite, seu amigo) os direitos de transmissão das eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 e da Copa do Brasil masculina e feminina de 2015.

Ele renovou também o acordo com a árabe ISE (International Sports Events).

A empresa detém os direitos de organização dos amistosos da seleção até 2022. Os árabes pagam pelo cachê da seleção menos que a confederação recebia em 2006 de uma empresa suíça.

A CBF não comentou a mudança que antecipa o pleito.

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