Pressionado pela Fifa e pelo governo federal, o presidente da CBF, José Maria Marin, afirmou ontem que só morto deixará o cargo.
Na assembleia geral da entidade, que votou as contas do ano passado, ele disse, chorando, que não há possibilidade de pedir licença médica ou renunciar até abril de 2015, fim de seu mandato.
Marin acumula a presidência do Comitê Organizador Local da Copa de 2014.
Na reunião fechada com 26 presidentes de federações estaduais (faltou o mineiro, que alegou doença), o cartola se emocionou várias vezes e disse que o "revanchismo" não vai intimidá-lo.
Antes da votação das contas, os dirigentes receberam agrados da CBF, que lhes presenteou com brindes.
"Não vou me licenciar. Vou morrer no cargo", afirmou Marin, 80 anos, entre emocionado e nervoso, entre lágrimas e socos na mesa.
O cartola completou um ano como presidente da CBF há um mês --Ricardo Teixeira renunciou em meio a denúncias de corrupção.
Ao contrário do que fez em outras assembleias da entidade, Marin não indicou Marco Polo Del Nero como seu candidato ao pleito de 2014.
Isto é José Maria Marín
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CONTAS APROVADAS
Ao fim da reunião, as contas da CBF em 2012 --primeiro ano de Marin à frente da confederação-- foram aprovadas por unanimidade.
O cartola iniciou a reunião se explicando sobre reportagem publicada ontem pela Folha. Documentos apontam superfaturamento na compra da sede da entidade, feita por R$ 70 milhões em 2012.
Marin anunciou a compra de um prédio, com oito salas comerciais, no dia 27 de junho, mas só assinou a aquisição no dia 31 de agosto.
Nesse período, cinco das oito salas foram vendidas a intermediários por R$ 12 milhões e, depois, repassadas para a CBF por R$ 43 milhões. As outras salas três foram vendidas diretamente à entidade por R$ 27 milhões.
Ontem, Marin apresentou ainda avaliações de três consultorias, que comprovariam que os R$ 70 milhões estão no padrão do mercado. Diante da explicação, os presidentes de federações aprovaram a compra e as contas da CBF.
"Tenho que acreditar nas pessoas. Se o Marin disse que o negócio foi legal, não posso duvidar", afirmou José Gama Xaud, de Roraima, cujo Estadual tem só cinco clubes.
"Se antes [o prédio] custou mais barato, fazer o quê?", declarou Tocantins, Leomar Quintanilha, do Tocantins.
MIMOS
A CBF cuidou para agradar os presidentes das federações e suas famílias ontem, no Rio. As mulheres dos cartolas foram ciceroneadas por funcionários da confederação.
Recentemente, vídeos no YouTube mostram Marin afirmando que manipula as votações na CBF ao pagar jantares e uísque aos presidentes das federações.
Ontem, o presidente foi cobrado por esse motivo. Explicou que está processando quem vazou os vídeos.
Há dez dias, quando foi abordado pela Folha na Bolívia para falar do assunto, Marin disse que não responderia sobre "montagens" e "intrigas". Ontem, o cartola não deu entrevista.
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