Engenhão completa um ano fechado e causa prejuízos ao Botafogo e local

26.3.14 | Marcadores:
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Nesta quarta-feira, o Botafogo completa um ano fora de sua casa. Já são 12 meses desde a interdição do Engenhão, e a expectativa é de que o estádio fique ao menos mais nove meses em obras até a liberação total. Como novembro já é a reta final do Brasileiro, existe o risco de o uso efetivo só acontecer em 2015.
Engenhão (Foto: André Durão)Engenhão virou um canteiro de obras para a reforma da cobertura (Foto: André Durão)
O último jogo aconteceu no dia 23 de março de 2013, no empate por 0 a 0 entre Flamengo e Boavista. Os relatórios, porém, apontaram que a cobertura gerava risco para os espectadores em caso de ventos fortes. Depois de muito jogo de empurra, as obras começaram sob a responsabilidade do consórcio, que reúne as construtoras OAS e Odebrecht, e têm como objetivo a reforma da cobertura e o reforço dos arcos. 

Atualmente, o local virou um canteiro de obras. São máquinas, guindastes, cordas de isolamento e operários por todos os lados. Apesar disso, o Botafogo segue usando a estrutura de vestiários, sala de musculação e o campo anexo para a realização dos treinos. Estas mesmas instalações também devem ser utilizadas por alguma seleção na Copa do Mundo, assim como aconteceu durante a Copa das Confederações.  
Não recebemos nada diferente do prazo de liberação em novembro, e é com isso que trabalhamos. Não pensamos em nada antes".
Sergio Landau, diretor executivo
Diretor executivo do Clube e principal responsável pelo Engenhão, Sergio Landau disse que tem grandes planos para 2015 e que a ideia de uma reabertura parcial, com capacidade para 25 mil pessoas, não será possível.

- Nós temos acompanhado este processo comandado pela Prefeitura. Não recebemos nada diferente do prazo de liberação em novembro, e é com isso que trabalhamos. Não pensamos em nada antes (liberação parcial). A Prefeitura tem feito também intervenções no entorno para facilitar a chegada dos equipamentos. Estamos muito confiantes, acho que em 2015 será um ano bastante interessante para o Engenhão.

Em nota, a Prefeitura do Rio de Janeiro confirmou o prazo de conclusão para o "final de 2014" e explicou em que estágio está a reforma.

"As obras de reforma da cobertura do Estado Olímpico João Havelange seguem o cronograma previsto. No momento, é executada a montagem de 34 torres de escoramento. Erguidas com a ajuda de guindastes, as estruturas metálicas emergem dos degraus da arquibancada para aliviar o peso da cobertura e permitir a instalação dos mastros e tirantes que reforçarão os arcos superiores. Quando a reforma estiver concluída, a cobertura será retensionada e as torres de escoramento serão retiradas. O prazo de conclusão está confirmado para o final de 2014".
Obras no Engenhão (Foto: Gustavo Rotstein)Equipamento para as obras da cobertura do Engenhão (Foto: Gustavo Rotstein)

Fechamento acarreta uma grande perda de receita para o Bota

De acordo com a estimativa do Botafogo, a interdição do Engenhão faz o clube deixar de ganhar cerca de R$ 40 milhões neste período de 19 meses. A diretoria teve que se virar para entrar em um entendimento com fornecedores e anunciantes do estádio. Além disso, o clube perdeu a chance de vender os naming rights (cerca de R$ 20 milhões) e a verba de aluguel para os jogos de Flamengo e Fluminense. 

O Bota, que já vivia uma situação financeira ruim, viu ela ficar ainda pior. Em 2013, jogadores e funcionários conviveram com salários atrasados. Apesar disso, os resultados dentro de campo foram satisfatórios.

Além do Botafogo, o fechamento do estádio teve uma grande influência na vida dos moradores dos arredores, que relataram o aumento de assaltos por causa da diminuição do policiamento, além do fechamento de muitos estabelecimentos comerciais que se sustentavam nos dias de jogos.

Até as estátuas de ídolos como Nilton Santos e Garrincha sofreram, já que viraram alvo de vandalismo depois que o local ficou abandonado.
Engenhão bar fechado  (Foto: Thales Soares)Interdição afetou o comércio nos arredores do estádio (Foto: Thales Soares)


Os números do Engenhão:
* 34 torres de escoramento erguidas para aliviar o peso da cobertura e permitir a instalação dos mastros que reforçarão os arcos superiores;

* 4 mil cadeiras retiradas para a instalação das torres;

* 340 trabalhadores, podendo chegar a 550 no pico da obra;

* 15 alpinistas - além de outros 15 em treinamento;

* 19 meses - tempo que o Engenhão deve ficar fechado;

* R$ 40 milhões é valor estimado que o Bota deixa de ganhar neste período

Confira a íntegra da nota da Prefeitura do Rio de Janeiro:
As obras de reforma da cobertura do Estado Olímpico João Havelange seguem o cronograma previsto. No momento, é executada a montagem de 34 torres de escoramento. Erguidas com a ajuda de guindastes, as estruturas metálicas emergem dos degraus da arquibancada para aliviar o peso da cobertura e permitir a instalação dos mastros e tirantes que reforçarão os arcos superiores.  Quando a reforma estiver concluída, a cobertura será retensionada e as torres de escoramento serão retiradas. O prazo de conclusão  está confirmado para o final de 2014.

Para dar suporte ao trabalho dos atuais 340 trabalhadores envolvidos na obra foi necessário montar uma infra-estrutura com implantação do canteiro administrativo, oficina de solda, refeitório e espaço de lazer para os colaboradores.  Duas das quatro gruas já estão instaladas.  No momento, quatro guindastes atuam na lateral do campo auxiliando no transporte de equipamentos e peças. Os refletores, passarelas, luminárias e caixas de som também foram retirados e a instalação de elevadores e escadas de acesso ao topo do Engenhão estão concluídos. Há uma expectativa do número de trabalhadores chegar a 550 no pico a obra.  São 15 alpinistas trabalhando e outros 15 em treinamento.

Desde o fechamento preventivo do estádio, em março de 2013, o Consórcio Engenhão detalha o projeto executivo e estuda a alternativa mais segura para implementar como solução de reforço. Após meses de ensaios, cálculos e análises, o projeto adotado é o de recuperação das estruturas.

O projeto consiste na reforma da cobertura e reforço dos arcos. A primeira etapa é a instalação das torres de escoramento.  Essa é a parte mais importante no processo. Na próxima etapa, prevista para final de maio, haverá o lift, ou seja, o macaqueamento da estrutura através destas torres. Em seguida serão instalados os mastros e tirantes para reforços nos arcos, além da introdução de reforços em outros componentes como joistes, tesouras e contraventos.  Além disso, será feita a conversão de arcos em treliças, que irá instalar mastros ligando algumas estruturas, permitindo a estabilização da cobertura. Quando a reforma estiver concluída, a cobertura será retensionada e as torres de escoramento serão retiradas. Os trabalhos também incluem  neste momento estudo do solo e avaliação de profundidade para instalação das gruas que irão auxiliar a execução da obra.

Cerca de 4 mil cadeiras precisaram ser retiradas para a instalação das torres. Elas serão reinstaladas logo que a intervenção no local termine. A pista de atletismo e o campo não serão afetados. A RioUrbe frisa que o cronograma apresentado anteriormente não é invalidado com a solução adotada, já que os meses anteriores a janeiro de 2014 estavam dedicados a pré-obra e detalhamento do projeto - conforme está sendo executado. Os custos são integralmente assumidos pelo Consórcio Engenhão, sem ônus aos cofres públicos.

O projeto executado preserva as características do estádio e todo o seu modelo arquitetônico. A solução encontrada priorizar a segurança dos torcedores, sem ser radical em termos de estilo.  Procurou-se restabelecer a segurança, cumprir o prazo definido pela Prefeitura do Rio e preservar o design do estádio.

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