Dinheiro de tricolor para tricolor

As malas brancas circulam pelos bastidores do futebol e aguçam o interesse de muita gente. Ontem foi a vez do atacante Washington, do Fluminense, dizer que aceitaria de bom grado um incentivo financeiro do Grêmio para derrubar o São Paulo. "Não precisamos da ajuda de ninguém para entrar em campo com vontade de vencer o São Paulo. Mas se vier um dinheiro extra neste fim de ano será muito bom", disse o centroavante.

Washington, com 20 gols, briga pela artilharia do Campeonato Brasileiro. Apesar do tom de brincadeira, ele admitiu que a tal da "mala branca" é prática comum no futebol, mas não contou se já foi beneficiado alguma vez pelo presente.

Com ou sem ajuda, a partida é encarada como uma final de campeonato nas Laranjeiras. O volante Wellington Monteiro, que ganhou a posição de titular na lateral-direita, é direto. "Muitos acham que o Campeonato Brasileiro já acabou. Não no que depender da gente. Vamos a São Paulo em busca da vitória."

Apesar da tranqüilidade sensível no ar das Laranjeiras, o técnico René Simões não alivia a barra dos jogadores do Fluminense. Com o time a um ponto de se ver livre em definitivo do risco de rebaixamento, René realizou um puxado treino físico e tático ontem, e indicou que deverá manter contra o São Paulo a equipe que derrotou o Internacional, por 2 a 0, na última rodada.

Junior Cesar, poupado da atividade, é a única dúvida. O lateral-esquerdo recebeu uma forte pancada na perna durante o confronto no Sul. Em seu lugar treinou Eduardo. O tricolor carioca quer estragar as pretensões do tricolor paulista de comemorar o título em casa, diante da sua torcida.

"Estamos tranqüilos e confiantes com o que apresentamos nos últimos jogos", analisou o capitão Luiz Alberto, que terá a missão, ao lado do companheiro de zaga Thiago Silva, de parar o melhor ataque da competição.

"Eles têm um ataque muito rápido, com o Borges e o Dagoberto, além do Hugo e do Hernanes chegando do meio. É um time de muita qualidade, muito perigoso", avaliou o volante Arouca, que fez o alerta mais contundente. Ele estava presente na equipe que, em 2005, deixou escapar uma classificação certa para a Libertadores, com uma derrota por 3 a 2 para o Palmeiras na última rodada.

"Precisávamos de um ponto em seis partidas. Perdemos as seis e ficamos de fora. Isso ainda dói muito em mim e no Fernando Henrique, que fazíamos parte daquele time. Não podemos deixar para conquistar esse ponto na última rodada", concluiu, citando o jogo contra o Ipatinga, no Maracanã.

tribuna imprensa