Palmeirenses amargam, de novo, caos no mês de janeiro

5.1.10 | Marcadores:
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Crise entre dirigente e treinador, jogador forçando a barra para ir embora, oposição ameaçando pedir o impeachment do presidente. Em meio a tudo isso, o Palmeiras vai se reapresentar hoje, às 9h, no CT.

Não que o cenário tão turbulento seja novidade no clube nos últimos quatro anos.

Por exemplo, 2009 começava exatamente há um ano para o Palmeiras com um protesto da Mancha Alviverde no CT contra a Traffic e o técnico Vanderlei Luxemburgo, que findara a temporada anterior em pé de guerra com a maior torcida organizada do clube.

Isso apesar de em 2008 o time ter encerrado jejum de conquistas (ganhou o Paulista) e de ter se classificado para a Libertadores. O clima ficou pior durante a pré-temporada realizada em Atibaia, estratégia que o clube irá repetir em 2010 --o elenco viaja na quarta-feira e só retorna para a estreia no Estadual diante do Mogi Mirim, marcada para o dia 16.

Surpreendentemente, o "novo" Palmeiras foi derrotado por Rio Claro (3 a 0) e União São João (1 a 0) em jogos-treino.

A desconfiança só seria amenizada no dia 21, na vitória sobre o Santo André que abriu o Paulista-2009. No mesmo dia, o Palmeiras anunciava Edmilson, o oitavo reforço do ano.

A agitação continuou até o final do mês, quando Luiz Gonzaga Belluzzo venceu as eleições e assumiu a presidência com a promessa de unir as lideranças políticas do clube --algo que se mostraria improvável.

Em 2008, o início de trabalho foi em 3 de janeiro, com a apresentação de Luxemburgo e estafe. Nem a vitoriosa passagem do técnico pelo Parque Antarctica na década de 90 apagou da retina dos torcedores o ano de 2002, quando Luxemburgo foi embora no início do Brasileiro --o time caiu para a segunda divisão, e o treinador foi apontado pelos mais fanáticos como um dos responsáveis.

A estreia do Estadual, triunfo ante o Sertãozinho, foi ofuscada por gritos na arquibancada: "Ô, Vanderlei, presta atenção, a Mancha Verde não perdoa traição", bradou a facção.

Nem mesmo em 2007, quando Caio Júnior assumiu o time, a pré-temporada foi sossegada. Era ano de eleição --Affonso della Monica ganhou para comandar seu segundo mandato.

A chegada de 2010, no entanto, parece ser mais caótica do que o tradicional. Os resquícios do ano passado transformaram o início da atual temporada num confuso conjunto de problemas que atingem o Palmeiras dentro e fora de campo.

Sem um lugar na Libertadores e debaixo de críticas até de situacionistas, o clube não contratou ninguém de impacto e lida com a insatisfação de seu atleta mais caro, Vagner Love.

No campo político, uma costura feita por Belluzzo manteve estável relação entre Muricy Ramalho e o vice-presidente Gilberto Cipullo. No entanto, o próprio Belluzzo, que cumpre suspensão até agosto na esfera esportiva, teme ver as contas do último ano rejeitadas no Conselho de Orientação Fiscal.

Definitivamente, janeiro não tem sido o mês predileto no calendário dos palmeirenses.

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