Mesmo frustrados com a derrota da Itália na disputa pelo bronze, o público permaneceu no Palalottomatica. A maioria dos 11.605 presentes aderiu à torcida cubana. No entanto, o Brasil tinha preocupações. A equipe tinha que superar a ‘maldição’ dos levantadores. Marlon perdeu as duas primeiras fases por causa de uma colite ulcerativa (inflamação crônica intestinal). Agora, era a vez de Bruninho.
O titular foi para o sacrifício e o Brasil entrou em quadra com o roteiro muito bem traçado na cabeça. A principal preocupação em relação ao outro lado da rede era o bloqueio cubano. Mas o Brasil fez mais. Marcou bem as principais armas caribenhas e teve atuação de gala.
A estratégia de iniciar o saque com Murilo tem dado certo. O ponteiro tem um dos melhores serviços do Mundial e logo de cara já complicou a recepção adversária, em repetição do que já ocorrera em outros jogos na competição. Bombardear o jovem Leon foi outra tática mantida e trazida da primeira fase.
O que o Brasil também absorveu bem da etapa em Verona foi a derrota para Cuba. Antes da final, os jogadores brasileiros já advertiam para o forte bloqueio caribenho, o melhor da competição. Sabiam que não podiam enfrentá-lo na força. E foi com categoria e explorando o paredão que o time verde-amarelo abriu confortável vantagem.
A reação adversária aconteceu principalmente quando a defesa brasileira deu espaço para Simon, que teve 100% de aproveitamento em quatro ataques. Mas à seleção brasileira restou administrar para fazer então 1 a 0 (25-22). Ainda na primeira fase, Dante avisou: Cuba na frente do placar é como uma boiada estourada e ninguém segura.
E o Brasil trouxe isso também para a decisão. Não deixou os cubanos comandarem o marcador em nenhum momento. Novamente com boa passagem de Murilo pelo saque, já abriu enorme vantagem (4-0). Principal arma cubana, o bloqueio deixou a desejar. Do outro lado da rede, o time verde-amarelo mostrou como armar um paredão. Fez somente dois pontos efetivos na segunda parcial, mas tocou na maioria das bolas. E o passei foi ratificado com um 25-14.
Após um começo de campeonato irregular, Vissotto foi o destaque brasileiro na semifinal contra a Itália e deu o recado. Disse ser decisivo e gostar de jogos assim. Cuba não pegou o recado. O oposto brasileiro usou a força e soube cravar quando preciso e explorar o bloqueio rival. Confiante, o jogador ainda discutiu com o jovem Leon na rede em bate-boca com dedo em riste. Dante usou a experiência. O ponteiro atacava com categoria na mão de fora do paredão rival e saia para a comemoração.
Com um jogo muito consistente e uma Cuba irreconhecível, o Brasil encontrou facilidade. Pelo segundo dia consecutivo, o time verde-amarelo frustrou a numerosa torcida italiana, que termina a competição sem ver seu time no pódio pelo terceiro Mundial consecutivo. E novamente terá que ouvir o hino nacional brasileiro.
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