Wada critica o governo brasileiro por demora na criação da agência antidoping

O Brasil entrou definitivamente na mira da Wada, a agência mundial antidoping. Nesta quarta-feira, o manda-chuva da entidade, David Howman, expressou publicamente sua preocupação com o país, criticando a demora do governo federal em criar leis para o combate do uso de substâncias proibidas. A atenção do órgão com o Brasil só deve crescer a partir de agora, já visando a Copa do Mundo de 2014 e, principalmente, as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.

De acordo com Howman, as eleições prejudicaram o projeto que aprovaria a criação de uma agência independente e fez com que o trabalho voltasse à estaca zero. “Eles [o governo] prometeram que fariam isso e  tínhamos a esperança de que a lei fosse aprovada antes das eleições, mas não foi. Então nós temos que começar a convencer o novo governo a tratar do assunto novamente”, lamentou.

O Brasil tem recebido boas referências sobre seu laboratório de análises, o Ladetec, da UFRJ, no Rio de Janeiro. Mas a principal preocupação da Wada é que a aplicação dos testes permanece sob controle do COB (Comitê Olímpico Brasileiro). “É um país grande esportivamente e isso exige uma agência nacional antidoping. É algo que o governo deveria se comprometer. O comitê olímpico não pode ser o responsável pela luta antidoping”, disse Howman.

A Wada criticou também o programa russo no combate ao uso de substâncias ilegais, principalmente a qualidade de seu laboratório e o alto número de casos positivos. “Eles têm centros de treinamento em alguns pontos do país que são difíceis de chegar. São sete fusos horários diferentes em todo o país. Os oficiais de controle antidoping não conseguem chegar em todos os lugares”, questionou o mandatário. Assim como o Brasil até 2016, os russos estarão sob vigilância constante até as Olimpíadas de Inverno de 2014, que serão realizadas em Sochi.