Por compromisso ao Flu, Abel recusa renovar com árabes e aposta no grupo

Apalavrado com o Fluminense para assumir o time em junho próximo, Abel Braga, técnico do Al Jazira (EAU), teve proposta milionária dos cartolas árabes para renovar por mais dois anos. Ele não aceitou o convite por ter conversado com os dirigentes tricolores e reafirmado o interesse em voltar. Segundo ele, a direção carioca quis até encontrá-lo para assinar contrato.

“Conversei com Celso (Barros, presidente da patrocinadora) e com o presidente (Peter Siemsen) e, no que depender de mim, o que foi acertado está de pé. Houve a hipótese de a direção vir aqui para eu assinar. Disse que era perda de tempo e dinheiro porque dei a minha palavra. Recebi proposta do meu clube para ficar por mais dois anos e recusei”, disse Abel.

O treinador mantém contato em bom relacionamento com Celso e Peter, que andam se estranhando por causa de algumas divergências, entre elas a demissão de Emerson e a demora na contratação de um vice de futebol. Abel disse que não se meter nesta seara, mas acha saudável que ambos não sejam “vaquinhas de presépio”.

“Não tenho condição de entrar em briga e nem vou entrar. Mas é uma briga entre aspas. O bom é que haja discussão sobre isso. Não pode ser assim, tudo certinho, tudo bom. Tive divergência com Celso Barros quando estive no clube em relação à permanência de Romário, mas o encontrei depois e ficou tudo acertado”, explicou Abel.

Há rumores de insatisfação de alguns jogadores que chegaram com status de craque, mas acabaram no banco de reservas, como Souza, Deco e Araújo. Rafael Moura chegou a demonstrar aborrecimento, mas pediu desculpas. Abel mandou um recado e disse que pretende contar com todos os integrantes do atual elenco tricolor.

“Todos estão nos meus planos. Nunca trabalhei com Souza ou Deco. Joguei contra Deco e os dois são jogadores de alto nível. Tenho admiração extrema por Deco porque ele falou comigo depois do Mundial e me disse coisas importantes”, afirmou Abel.

O futuro treinador do Fluminense disse não ter gostado da atuação do time na derrota por 3 a 0 para o Libertad-PAR nas oitavas de final da Libertadores. Para ele, a equipe tentou administrar o que não era possível, como a vantagem de poder perder até por um gol de diferença para se classificar.

“Não gostei da postura do time contra o Libertad. Não dá para administrar vantagem e o time fez isso. A atual situação não é nada favorável e não condiz com a grandeza do clube. Teve muito disse-que-disse num momento importante, mas a coisa desandou”, analisou Abel Braga em entrevista à Rádio Globo.