A seleção brasileira disputa hoje o amistoso mais controverso da era José Maria Marin, iniciada há um ano.
Às 16h30 (de Brasília), uma equipe formada exclusivamente por jogadores que atuam no Brasil (e ainda assim desfalcada) enfrenta a seleção da Bolívia, na cidade de Santa Cruz de la Sierra.
A partida foi anunciada pelo presidente da CBF como um evento em homenagem a Kevin Beltrán Espada, 14, o estudante morto durante a partida entre Corinthians e San José, pela Libertadores, no dia 20 de fevereiro.
Porém, a Folha apurou que a partida estava apalavrada entre as duas federações desde novembro de 2011.
"A morte de Kevin acelerou as coisas", reconheceu o presidente da federação boliviana, Carlos Chávez.
O ruído começou quando Marin deu declarações no Brasil de que a renda da partida seria revertida para a família do torcedor morto.
A federação boliviana explicou então que a renda teria que ser dividida com os campeões do Sul-Americano de 1963, que devem acompanhar a partida hoje, além de ter de cobrir outros custos. Isso chateou o pai de Kevin, o professor Limbert Beltrán.
"Seria ideal se Marin esclarecesse isso, porque senão nós ficamos como os maus da história", disse Chávez.
Ontem pela manhã, Beltrán afirmou à Folha que não iria ao jogo porque não havia sido procurado pela federação. "Esqueceram de mim."
À tarde, o presidente da federação boliviana declarou que iria "fazer de tudo" para ter o pai do garoto a seu lado no amistoso com o Brasil.
À noite, Beltrán conversou de novo com a reportagem. Ele disse que recusou o convite da federação, que o procurara no fim da tarde, e que viajaria de Cochabamba (sua cidade) a Santa Cruz de la Sierra para falar com parlamentares brasileiros que estão em missão na Bolívia.
Uma comitiva de oito deputados federais esteve nesta semana em La Paz e Oruro, na tentativa de amenizar a situação dos 12 torcedores do Corinthians presos no país, acusados de participar da morte de Kevin.
Há ainda esse componente político no jogo de hoje à tarde. Um desses deputados é Vicente Cândido (PT-SP), sócio de Marco Polo Del Nero e conselheiro do Corinthians. Ele viajou para a Bolívia para negociar uma indenização do clube à família do garoto.
Em meio a tudo isso, há a partida, que vale pouco para a preparação da seleção brasileira rumo à Copa das Confederações, já que a convocação teve muitas restrições impostas pelo calendário das equipes brasileiras.
Felipão só chamou um atleta de Grêmio e Fluminense, por exemplo, que se enfrentam na semana que vem pela Taça Libertadores.
Nenhum comentário sobre “Marin tem jogo mais polêmico de sua era”
Faça seu comentário
BLOG DE ESPORTES COM ATUALIZAÇÕES DIÁRIAS, ABERTO A QUALQUER TIPO DE COMENTÁRIO SOBRE O ESPORTE NACIONAL E INTERNACIONAL, COMENTE SEM POUPAR PALAVRAS. AGRADECE O BLOG DO TORCEDOR.