Em 2008, Vasco mostra o que deve ser feito para ser rebaixado

8.12.08 | Marcadores:
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O Vasco fez de tudo para ser rebaixado em 2008. Desde o planejamento no início da temporada até a consumação da queda para a Série B, os passos do time cruzmaltino e das diretorias que passaram por São Januário causaram a maior mancha na história do clube, que jamais havia disputado a Segunda Divisão.

PRÉ-TEMPORADA EM DUBAI, E ROMÁRIO COMO TREINADOR


O ano começou todo errado para o Vasco. Além de escolher o ex-jogador Romário como treinador, o clube não fez uma preparação adequada para iniciar a temporada. Com apenas quatro dias de trabalho em 2008, o grupo foi obrigado a viajar para disputar o Torneio de Dubai, nos Emirados Árabes. Após mais de 16 horas de vôo e sem estar bem preparado, o time sucumbiu no continente asiático e foi vice-campeão da competição.

Sem muitas contratações de peso, o time chegou a Dubai com a dupla Alan Kardec e Alex Teixeira em alta com a cúpula do futebol. A preocupação com a parte financeira e em expor a marca Vasco no exterior prejudicaram uma preparação adequada da equipe. Na época, o vice-presidente de futebol José Luiz Moreira comentou.

- Poderá até prejudicar um pouco a preparação, mas estamos interessados em expor a nossa marca. Não é muito comum ver os times brasileiros fazerem este tipo de excursão, mas esperamos fazer um bom papel lá. Estamos acelerando a preparação para dar um padrão de jogo logo à equipe – diz Moreira.

CONTRATAÇÕES EQUIVOCADAS

Em nenhum momento da temporada, o Vasco chamou a atenção por uma grande contratação, por conseguir acertar com um nome de peso para a disputa do Campeonato Carioca, da Copa do Brasil ou do Brasileiro. O retorno de Leandro Amaral após um imbróglio na Justiça, e as voltas de Edmundo, em janeiro, e Pedrinho, em agosto, foram comemoradas mais por saudosismo do que pela diferença técnica que os dois fariam dentro de campo.

Ao todo, em 2008, o Vasco contratou 23 jogadores para a atual temporada. Muitos deles sequer completaram o ano em São Januário. São eles: os goleiros Tiago e Rafael, os laterais Marcus Vinícis, Baiano, Calisto e Valmir os zagueiros André, Odvan, Fernando e Anderson, os volantes Jonílson, Beto, Johnny e Serginho, os meias Pedrinho, Marquinho e Vinícius Reche e os atacantes Jean, Edmundo, Villanueva, Abubakar, Pinilla, Landu.

Do time que foi rebaixado no confronto deste domingo contra o Coritiba, no Couto Pereira, apenas o goleiro Rafael, os zagueiros Odvan e André, o volante Jonílson e o atacante Edmundo atuaram na fatídica partida no Sul.

BRIGAS POLÍTICAS E TROCA DE COMANDO



Um dos fatores principais para o rebaixamento do time à Série B foi a troca de comando no clube. Em junho, após uma intensa batalha judicial, Roberto Dinamite conseguiu marcar novas eleições no Vasco. Com o processo andando de forma acelerada, o ex-jogador não demorou para assumir o clube no início de julho. A partir uma sucessão de erros acabou ajudando na derrocada do time rumo à Segunda Divisão.

Com a chegada de Dinamite ao poder, o clima de instabilidade no Vasco entre funcionários e jogadores foi notório. Mesmo prometendo que não faria uma caça às bruxas, o novo presidente demitiu mais de 30 funcionários, inclusive peça importantes do departamento de futebol – médicos, supervisores, fisioterapeutas e preparadores físicos. Os atletas sentiram o baque, mas seguiram tentando levar a equipe às vitórias.

De lá para cá, o que se vê em São Januário é uma troca incessante de acusações e pouca motivação para levar o time aos triunfos.

INEXPERIÊNCIA DA NOVA DIRETORIA

Logo que assumiu o comando do clube, o presidente Roberto Dinamite se viu em uma situação de apontar alguns dirigentes para assumir os principais cargos no clube. Para o departamento de futebol, Manoel Fontes, o Neca, foi apontado para dirigir a equipe profissional. A partir daí, a sucessão de erros e informações desencontradas começaram a prejudicar ainda mais o andamento do clube da Colina.

Enquanto um dirigente afirmava que Phillippe Coutinho estava negociado para o Inter de Milão, outro negava. Pablo foi negociado para o futebol e espanhol e as informações seguiram desencontradas. No fim, Neca não suportou a pressão e pediu para deixar o clube. Dinamite acabou assumindo o papel de presidente de vice de futebol. O problema era a distância do dirigente com os jogadores, já que raramente aparecia no clube, fato contestado por alguns de seus corriligionários.

Outro fato que chamou a atenção na troca de comando foi a demora para a gestão Dinamite anunciar a contratação de reforços. A inexperiência foi tão grande que até o atacante Allan, que estava retornando de empréstimo do Sport, foi anunciado como “nova” contratação. Os zagueiros Fernando e André e o volante Serginho foram os primeiros a chegar com a nova diretoria.

ANTÔNIO LOPES NO COMANDO

Apesar de toda a mudança nos poderes do clube, a diretoria comandada por Roberto Dinamite decidiu pela manutenção do técnico Antônio Lopes. Com um histórico vencedor no clube, o treinador não conseguiu dar jeito na equipe. O que prejudicou o comandante foi a troca de alguns membros da comissão técnica, que eram de sua confiança. Ilhado, ele acabou não suportando os resultados.

Com Lopes no comando durante o Brasileirão, o Vasco conseguiu cinco vitórias, nove derrotas e quatro empates.

TITA COMO TREINADOR

A contratação de Tita após a queda de Antônio Lopes talvez tenha sido o maior erro cometido pela diretoria de Roberto Dinamite. Além de acertar com um treinador com pouca experiência, os dirigente deram carta branca para o novo comandante escolher as peças que iriam reforçar o time. O zagueiro André, e os volantes Johnny e Serginho chegaram como homens de confiança do novo técnico e com status de salvadores da pátria cruzmaltina, que já estava abalada e próxima da zona de rebaixamento.

O treinador até começou bem o seu trabalho, mas para muitos uma herança do que havia sido deixado por Antônio Lopes, o seu antecessor. Em nove jogos, Tita consquistou três vitórias, um empate e cinco derrotas. Sem falar em um fracasso pontual para o rebaixamento da equipe, no confronto contra Náutico, em São Januário.

- O Tita foi uma aposta minha, por ser um técnico que passou pelo clube como jogador. Mas errar é humano, não é? Você não erra no seu trabalho? – indaga Dinamite.

INVASÕES DA TORCIDA NAS SEDES DO CLUBE

Algo pouco comum na gestão de Eurico Miranda, os protestos mais contundentes da torcida passaram a acontecer com Roberto Dinamite no comando. O primeiro problema com os cruzmaltinos aconteceu em julho, logo após a derrota por 5 a 2 para o Santos. Um grupo invadiu a sede de São Januário e ameaçou alguns jogadores, entre eles o meia Morais, que dias depois pediu para deixar o clube por não se sentir seguro.

Uma nova sucessão de derrotas da equipe e mais duas invasões. A primeira aconteceu no Vasco-Barra, em setembro. A outra, dias depois, em São Januário. Os dirigentes e o técnico Renato Gaúcho chegaram a conversar com os torcedores, que prometeram uma trégua. De lá para cá, nos jogos em São Januário, o que se tem visto é muito apoio e poucos incidentes. Com o time rebaixado é que a ira do torcedores pode voltar a se acirrar. É esperar para ver.
globo

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