Luxa deixa a modéstia de lado: 'Sou barato pelo retorno que dou ao clube'

Vanderlei Luxemburgo encerrou, nesta terça-feira, o primeiro dia de palestras da quinta edição do Footecon, o Fórum Internacional de Futebol, que acontece no Rio de Janeiro. O técnico do Palmeiras falou sobre "a importância da equipe multidisciplinar de trabalho", defendeu o alto custo de uma comissão técnica e revelou alguns segredos do seu trabalho.

- Sou rotulado que levo a minha 'patota' para todo lugar e que sou caro. Mas sou barato pelo retorno que dou ao clube - disse Luxemburgo, que destacou a importância de ter profissionais competentes e caros ao seu lado na comissão técnica.

- As pessoas confundem ser caro com algo ruim. Se o cara é bom, ele tem que ser caro. Porque dá um retorno muito grande. O Pedrinho, por exemplo, com o Santos em 2006. Ele tinha participado só de uns 30 jogos nos últimos seis anos. Chegou lá e o Filé (fisioterapeuta) fez ele jogar mais de 50 partidas em uma só temporada. Isso faz diferença. Um atleta que recebe R$ 200 mil por mês não pode ficar dois meses sem jogar porque está machucado. Ele é patrimônio do clube.

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Vanderlei disse que a sua comissão técnica faz um levantamento com dados sobre os principais jogadores brasileiros.

- Tenho informações de todos os jogadores que atuam no Brasil e no exterior. Sei o tempo de contrato de cada um. E recebo também observações sobre como cada um está. Isso é importante na hora de contratar. Trazer um jogador é muito caro, tem um custo. E o tiro precisa ser certo. O erro tem que ser o mínimo possível. Sempre estudo o custo-benefício de um jogador.

Além disso, há uma equipe responsável para ajudar na questão tática. Todos os jogos são gravados de um ângulo especial a pedido do treinador.

- Tenho uma câmera atrás do gol que me dá a visão total do campo. Não é para ver o esquema de uma equipe, se joga no 4-4-2, no 3-5-2. Mas sim para ver as falhas e o posicionamento. Preciso saber como se comporta a defesa de um time quando ele está no ataque, como é a cobertura de um lateral quando ele está na frente. Se o volante está se posicionamento certo ou se está dando espaço que a gente pode explorar. Isso faz a diferença - disse Luxemburgo, que exibe um vídeo de dois minutos e meio nos intervalos das partidas para os atletas.

Vanderlei também revelou ter nas mãos um estudo do comportamento de cada árbitro ao longo das competições.

- Sou um chorão com a arbitragem. Mas tenho um estudo de todos os árbitros que apitam na Primeira Divisão. Sei se ele é mais caseiro ou não. Como ele apita para o time da casa, se dá muito pênalti. Se vamos enfrentar o Grêmio lá no Olímpico, o juiz precisa ter pulso, por exemplo.

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