Norte-coreanos são punidos por derrotas e sofrem pressão política, diz ex-técnico

14.3.10 | Marcadores:
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Adversária do Brasil na fase de grupos da Copa do Mundo, a Coreia do Norte é a equipe menos conhecida entre as 32 classificadas para o Mundial. O país é fechado pelo regime ditatorial do presidente Kim Jong-Il, e as informações sobre o time nacional são escassas. Porém, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ex-treinador da seleção norte-coreana, Yoon Myong-Chan, que vive exilado na Coreia do Sul, revelou dados sobre como os jogadores são tratados.

“Quando um time norte-coreano perdia para um sul-coreano, os culpados pelo fracasso eram levados à força a minas de carvão para trabalhar. Muitas vezes, esses culpados, que poderiam ser técnicos, eram levados pela polícia antes mesmo de desfazer suas malas quando retornavam de uma partida”, disse o técnico, que comando a Coreia do Norte entre 1990 e 1994 e fugiu para a nação ao sul em seu último ano treinando a seleção.

“Há muita pressão política, principalmente quando os adversários são times como a Coreia do Sul ou o Japão. Isso nós sentimos sempre e a cada partida. Mas esse fenômeno foi ainda mais extremo e severo no passado”, explica Myong-Chan, que vive sob novo nome na Coreia do Sul, segundo informações do jornal.

O grande momento do futebol norte-coreano ocorreu durante a Copa do Mundo de 1966, quando a equipe asiática venceu a Itália por 1 a 0 e seguiu até às quartas de final, quando caiu para o Portugal – na partida, a Coreia do Norte abriu 3 a 0, mas levou a virada e foi derrotada por 5 a 3, com quatro gols de Eusébio.

De acordo com o ex-técnico da seleção asiática, os atletas daquela equipe foram tratados primeiramente como heróis, mas depois passaram por investigações e punições. “O comportamento desses jogadores enquanto estavam no exterior passou a ser suspeitado. Heróis como Park Seung-Jin e o gênio do futebol Shin Young-Gyu foram forçados a ir a campos de prisioneiros políticos ou foram enviados ao exterior”, lembra Myong-Chan ao O Estado de S. Paulo.

Para o treinador, uma surpresa como a ocorrida contra a Itália em 1966 é improvável de se repetir na África do Sul. A Coreia do Norte está no Grupo G do torneio, junto com Brasil, Portugal e Costa do Marfim, e enfrenta a seleção brasileira em sua estreia. “Na atual situação, isso seria virtualmente impossível. A menos que milagres se repitam como na vitória contra a Itália em 1966. Mas o time hoje é fraco, em comparação com as demais seleções”, analisou.

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