Angústia assola torcedores portugueses para a primeira Copa após 'era Scolari'

Em 2004, o time de Portugal foi "fantástico" e "empolgante"’. Melhor ainda em 2006, "a mais forte de todas" as seleções que o país montou nos últimos anos. E agora, o quê? Quem responde é o autor das definições acima, o zagueiro Ricardo Carvalho, um dos sobreviventes da festa da era Scolari: "Não estamos tão bem como deveríamos".

A ausência do técnico brasileiro não é a única diferença desta equipe para a que enlouqueceu Portugal na Eurocopa de 2004 e a que chegou em quarto na última Copa. Falta também Figo, o craque daqueles times. Sobra "angústia", como explica na TV um repórter português.

Angústia pela seca de gols: Cristiano Ronaldo, estrela atual, ficou 567 minutos em campo nas eliminatórias e não marcou nenhuma vez. Na segunda-feira, o time ficou no 0 a 0 com Cabo Verde.

Um dia antes, tinha sido apupado num dos poucos treinos abertos que fez na cidade portuguesa de Covilhã, onde se concentra. A torcida queria futebol, mas os jogadores preferiram o futevôlei.

Nem o inédito terceiro lugar na classificação da Fifa empolga os portugueses.

Um pouco da desconfiança tem a ver com o que os aguarda na África do Sul. Como o Brasil é o favorito do grupo, acham que a classificação deve ser definida já na estreia, contra Costa do Marfim. Por isso jogam depois de amanhã de novo com uma seleção africana, Camarões.

Outra parte da desconfiança está ligada às contusões de jogadores importantes.

Um deles é Deco. Os problemas físicos contribuíram para sua má temporada no Chelsea - o meia quer voltar ao Brasil depois da Copa.

Pepe, também nascido no Brasil, recupera-se de uma contusão no joelho direito e não joga na zaga do Real Madrid desde dezembro.

Ricardo Carvalho sofre com o tornozelo direito. O meia Tiago correu risco de ser cortado na última semana por uma contusão na coxa esquerda. Pior é a situação de Bosingwa, do Chelsea, titular da lateral direita e afastado da Copa por uma operação.