Com o Mineirão fechado para reformas, existia a expectativa de que a Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, funcionasse como um caldeirão a favor dos times mineiros. Isso não aconteceu. Com público médio de pouco mais de 3 mil pagantes, Atlético e Cruzeiro passaram a conviver com a ideia de ter prejuízo com bilheteria. Em 2009, por exemplo, o Atlético teve uma média de arrecadação de cerca de R$ 550 mil. No primeiro jogo longe de BH, não chegou a R$ 130 mil.
A arena vazia irritou o presidente atleticano Alexandre Kalil, que anunciou uma solução nesta segunda-feira: os torcedores que comprarem ingressos antecipados terão transporte gratuito de Belo Horizonte até o local do jogo.
“O governador nos disse que a Copa do Mundo não vai ser motivo de prejuízo para nenhum dos clubes de Minas Gerais. Estávamos muito preocupados com o desconforto e o transtorno que foi esse primeiro jogo. E, definitivamente, o problema está resolvido. É um ônibus muito confortável, que não é esse ônibus que vai para o Mineirão. Será acompanhado pela Polícia Militar, estão sendo tomadas essas providências todas. Vai ter o acompanhamento de um policial dentro do veículo durante todo o percurso e vai sair da Praça da Estação”, disse Kalil em entrevista coletiva.
No mesmo dia, o Cruzeiro também divulgou uma medida para aumentar o público. Entretanto, ao invés de focar o torcedor da capital, a diretoria celeste preferiu baratear os ingressos em favor dos habitantes da região. A redução para cadeira foi de R$ 40 para R$ 25, e a de cadeira especial, de R$ 80 para R$ 50.
“Vimos que essa situação, no nosso entendimento, é questão de valores dos ingressos. Sabemos que a região tem população de valor aquisitivo não muito alto, e os valores cobrados pelo Cruzeiro no jogo de ontem (domingo), se reduzidos, vão aumentar a condição para o torcedor daquela região comparecer em número bem maior ao estádio”, falou o diretor de futebol Dimas Fonseca.
Para o belo-horizontino que for de carro até Arena do Jacaré, em um carro econômico, há um gasto de R$ 24 a R$ 30. Já a passagem de ônibus entre a capital e Sete Lagoas varia entre R$ 10,95 e R$ 15,20. A “nova casa” do futebol mineiro, entretanto, possui mais de 200 mil habitantes, e a grande maioria torce pela dupla Atlético e Cruzeiro.
Caso a renda de bilheteria se mantenha no valor aproximado de R$ 150 mil por jogo em Sete Lagoas, o Atlético poderá contabilizar um prejuízo aproximado de R$ 3 milhões até o final da temporada, tendo como referência a média de público pagante nos últimos três anos. Já o Cruzeiro, com apenas quatro jogos previstos na Arena do Jacaré (contra 15 do rival), poderá acumular pouco mais de R$ 600 mil a menos em seus cofres, também se comparado aos anos de 2007 a 2009.
Alexandre Kalil afirmou que não vai diminuir os preços dos ingressos. Entretanto, se a solução do transporte gratuito não der certo, o clube pode jogar em outras cidades do Estado. Procurada pelo iG, a assessoria do clube informou que a comissão técnica e a presidência trabalham com o planejamento voltado para a Arena do Jacaré, mas não descartam atuar em outras praças. Já o Cruzeiro terá o Parque do Sabiá, em Uberlândia, para as partidas contra Corinthians, Flamengo e Internacional.

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