Conselho Fiscal quer explicações de Zico sobre as recentes contratações do Fla

No próximo dia 29 de setembro, a reunião do Conselho Fiscal do Flamengo terá como tema principal as recentes contratações no futebol rubro-negro e duas situações envolvendo a parceria do clube com o Centro de Futebol Zico (CFZ).

Os membros do conselho desejam que o diretor executivo Zico explique a informação que circula nos bastidores do clube envolvendo supostas participações de empresas ligadas aos seus filhos Artur Junior e Bruno nas contratações de Leandro Amaral, Cristian Borja e Val Baiano.

“O Conselho Fiscal está insatisfeito com essa possibilidade. Toda vez em que um presidente de poder toma conhecimento sobre qualquer caso, é obrigação agir e checar a veracidade. A diretoria precisa apresentar os documentos. Desejamos saber quem são os titulares dos direitos econômicos de todos os atletas que chegaram ao clube recentemente”, afirmou Leonardo Ribeiro, presidente do Conselho Fiscal do Flamengo.

Na última terça-feira, Zico escreveu uma carta em seu site oficial repudiando as acusações contra sua família e chamou de covarde quem tenta plantar um jogo sujo contra ele no clube. O dirigente disse que após a Copa do Mundo de 2006, quando decidiu trabalhar como treinador, pediu aos seus filhos, criadores da empresa de eventos Eagle, que não levassem à frente a ideia de atuar na representação de atletas. Segundo Zico, isso causaria um desconforto em cada clube que chegasse para trabalhar. Então, Bruno e Junior passaram a trabalhar apenas com eventos como o Jogo das Estrelas.

FILHO DE ZICO NEGA TUDO

Surgiu na Gávea a acusação de que dois filhos de Zico, Artur Júnior e Bruno Coimbra, estariam envolvidos nas negociações de Leandro Amaral, Val Baiano e Cristian Borja para o Flamengo. O boato, tratado como mentiroso pelo ídolo rubro-negro, irritou um dos citados no caso, Bruno, que mostrou-se inconformado.

Zico fez questão de explicar as dúvidas em relação às recentes negociações.

“Tratei de todos os casos diretamente. Meu filho Bruno muitas vezes me ajuda a localizar este ou aquele jogador ou mesmo empresário porque conhece muitos atletas. Borja, por exemplo, foi uma sugestão de um empresário do sul chamado Machado, que mal conheço, aprovada pelo Rogério e seu auxiliar Marcelo Buarque. Vimos o DVD, um jogador jovem e barato e trouxemos como aposta. Não era para resolver os problemas. Val Baiano foi o segundo artilheiro do Brasileirão 2009 e tratei diretamente com o jogador, sem empresário. O mesmo caso do Leandro Amaral”, garantiu o Galinho.

Entretanto, a carta não diminuiu a iniciativa do Conselho Fiscal em verificar os documentos das negociações no futebol do Flamengo.

“Na minha opinião, a carta é muito esclarecedora e não deixa dúvidas de que os filhos do Zico trabalham com empresários e podem ter intermediado as negociações. Fica claro que existe algo estranho nisso tudo”, disse Leonardo Ribeiro.

Parceria com o CFZ

Além das situações de mercado, o Conselho Fiscal do Flamengo deseja explicações sobre a parceria do Flamengo com o Centro de Futebol Zico (CFZ). Segundo Leonardo Ribeiro, o fundo de investimentos esportivos MFD, administrador do CFZ, participaria de negociações envolvendo as categorias de base do Flamengo.

“Este fundo é o responsável pelas ações do CFZ. Temos informações de que eles estão agindo na base e no profissional do Flamengo. Vamos cobrar da diretoria o ponto de envolvimento desses investidores no clube. Não podemos leiloar as categorias de base. Elas são o maior bem do Flamengo”, afirmou.

Por fim, o Conselho Fiscal levará para a reunião o fato de o relatório realizado pela Fundação Getúlio Vargas sobre a saúde financeira do CFZ não ter sido entregue ao Flamengo. Leonardo Ribeiro garante que o documento é fundamental para a clareza na parceria entre os dois clubes.

“O clube pagou R$ 300 mil pelo relatório, mas o documento não foi apresentado. Tanto que impugnou algumas contas da administração passada. Vamos cobrar esses ofícios, relatórios e o motivo de não terem sido entregues ao Flamengo”, finalizou.