O tempo fecha na Gávea de novo

O Flamengo entra em crise até quando vence e convence. A goleada sobre o Palmeiras, no último domingo, deu a impressão de que a semana seria de calmaria total. Ledo engano. Às vésperas do decisivo jogo contra o Cruzeiro, amanhã, no Mineirão, a Gávea viveu ontem um dia tenso. O goleiro Bruno criticou a diretoria, a estrutura do Flamengo e disse que existem delatores no elenco rubro-negro. Ou seja, evidenciou um racha no grupo.

Pivô de uma reunião do time antes do treino de quinta no Ninho do Urubu por questões disciplinares - foi cobrado pelos companheiros por não almoçar e jantar na concentração do Flamengo durante a semana -, Bruno não gostou de saber como o encontro vazou para a imprensa.

Irritado com a polêmica, o goleiro chegou na manhã de ontem à Gávea e desabafou. "O grupo não anda lá essas coisas para esse tipo de coisa vazar. Algum X-9 (delator) dedurou", acusou, sem citar nomes. "Isso não é legal. Tinham que cobrar de mim internamente. Já que vazou, tem alguma coisa errada", emendou, revoltado.

O goleiro aceitou a cobrança do elenco, mas revelou que outros jogadores ficaram insatisfeitos com a programação semanal elaborada pela comissão técnica. Ele, no entanto, acha que tudo é culpa da diretoria do Flamengo. E explicou o motivo.

Segundo Bruno, os dirigentes avisaram inicialmente que a equipe treinaria forte somente pela manhã, mas depois reviram a decisão "Cobraram do Caio Júnior (técnico) porque o São Paulo treina em dois períodos e o Flamengo, não. Só que o São Paulo tem estrutura. Dispõe de hotel, restaurante e concentração sem se deslocar". O técnico Caio Júnior não quis entrar na polêmica. "Não sou policial nem detetive (para saber quem é o X-9)".

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