Rival e DF pedem bom senso, mas Goiás confirma valor de R$ 400

Mesmo sendo um valor muito acima do praticado no futebol brasileiro, o Goiás confirmou sua intenção de cobrar R$ 400 pelo ingresso para partida contra o São Paulo, que acontece neste domingo, às 17 horas (de Brasília), no estádio Bezerrão. Esse confronto da última rodada pode definir o Campeonato Brasileiro deste ano.

"Depois de uma reunião, estamos passando um comunicado para CBF falando que vamos cobrar R$ 400 [pelo valor integral] e R$ 200 [meia-entrada]. Serão colocados à disposição um total de 19.400 ingressos", explicou o diretor administrativo do clube goiano, Marcelo Segurado, em entrevista à 'Rádio Globo'.

De acordo com o cartola esmeraldino, o clube cobrará esses valores por conta do prejuízo que terá por não poder atuar no estádio Serra Dourada, em Goiânia. "Somente os encargos com estádio ficaram muito caros, sem falar no deslocamento de jogadores e de funcionários. Se jogássemos em Goiânia, teríamos aumentado um pouco, mas não chegaria a esse valor. A diferença é aquilo que deixei de arrecadar aqui com 50 mil pessoas."

O Goiás foi punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que condenou o clube à perda do mando de campo após conflitos entre a torcida local e a do Cruzeiro, em partida no dia 2 de novembro, pela 33ª rodada da competição nacional. "Não fomos comunicados da mudança do jogo e outros lugares tinham se oferecido para nos receber."

Segurado fez questão de destacar que esse valor também ajudará os desabrigados com as enchentes do estado de Santa Catarina. "Na verdade, estamos cobrando R$ 200, pois quem levar 1kg de alimento ou de roupa vai ter o direito de pagar meia entrada", completou.

Mas outras partes envolvidas nessa partida decisiva do Campeonato Brasileiro já estão reclamando dos preços que a diretoria do Goiás vai executar. "Se esse valor for confirmado, acredito que a CBF vá conversar diretamente com o clube para que essa posição seja revista. Nem o jogo da seleção brasileira foi tão caro. Acho que isso pode causar uma reação contrária e o estádio ficar vazio", disse, em entrevista à 'Rádio Record', Agnaldo de Jesus, secretario de esportes do Distrito Federal e um dos responsáveis pela administração do estádio Bezerrão.

Mesmo não tendo o poder de mudar essa situação por não ser o mandante, o próprio São Paulo se mostrou irritado. "É um valor abusivo, irreal, completamente incompatível com a realidade brasileira. Tenho certeza de que as pessoas de bom senso vão coibir isso. Parece mais uma punição às pessoas que querem assistir a esse importante jogo", afirmou Carlos Augusto de Barros e Silva, vice-presidente de futebol do clube paulista.
uol